ARTIGO – A quase extinção do exame físico

-

POR GUSTAVO VIANA*

Um pouco antes do início do carnaval deste ano, recebi em meu consultório mãe e filho. Segundo a mãe, a procura por um fisioterapeuta foi por indicação médica ortopédica para detecção e tratamento do transtorno de seu filho, que sofria com dores lombares diariamente e que atrapalhava o seu desenvolvimento no trabalho, recém conquistado.

Durante a nossa conversa foi exposto pela figura materna que seu filho já havia passado por inúmeros médicos, sem o devido sucesso no diagnóstico e no tratamento, quase sempre medicamentoso associado ao repouso. Ainda segundo a mãe, foi afastado qualquer tipo de doença autoimune, inclusive a temida espondilite anquilosante.

Ao iniciar o exame físico do rapaz, percebi que o mesmo usava cinta lombar e que vez ou outra claudicava. Um aumento considerável no volume de um dos glúteos me chamou atenção. A síndrome do piriforme acomete a região do bumbum, porém é mais frequente no sexo feminino. Mesmo assim, executei o teste do piriforme dentre outros, todos negativados. No entanto, durante os testes, reparei que um pé se mantinha rodado externamente em relação ao outro mesmo na posição de pé, sugerindo alteração biomecânica na região do quadril.

Como o semblante do rapaz transbordava apreensão e dor, resolvi não apenas avaliar e, sim, tratar. As técnicas quiropráxicas associadas ao alongamento tiveram uma resposta imediata no corpo e no olhar do rapaz, que se sentia bem mais aliviado. No momento em que escrevo este artigo, nos encontramos no final do pacote de dez sessões e meu paciente além de não usar mais a cinta lombar, caminha normalmente, inclusive com rapidez.

O que expus acima é uma triste realidade do que acontece todos os dias por aí. Reparem no relato acima da mãe, que seu filho passou por inúmeros profissionais, para que apenas um pudesse solucionar o transtorno. Vale ressaltar aqui que o problema talvez não seja falta de conhecimento ou técnica, mas sim, comodidade e rapidez no atendimento. A anamnese assim como o exame físico são ferramentas indispensáveis para um preciso diagnóstico e um tratamento eficaz. Não podemos em momento algum, deixarmos de tocar o paciente.

As avaliações nos consultórios necessitam, até com certa urgência, deixar de ser veloz. Vamos parar um pouco, observar, analisar, dar a atenção merecida que o paciente tanto necessita. Se há uma profissão que não precisa do pé no acelerador é a da saúde, salvo as condições de urgência e emergência. Ou modificamos nosso jeito de avaliar ou perderemos de vez o principal procedimento que encaminha nosso sucesso diante de um transtorno ou doença: o diagnóstico.

*Gustavo Viana é Graduado em Fisioterapia pela UNESA, Especialista em Acupuntura também UNESA, Especialista em Fisioterapia do Trabalho pela IBRA. Tem consultório próprio e atende há mais de 13 anos no domicílio. Foi Supervisor de Educação em Saúde do NCZ (Núcleo de Controle de Zoonoses) de São João da Barra-RJ  e tem experiencia na área de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde).

CENSURA ZERO – AQUI TEM CONTEÚDO! | REDAÇÃO MULTIMÍDIA

spot_img

VEJA TAMBÉM:

Open chat
Olá, seja bem-vindo(a) ao portal CENSURA ZERO!
-Faça seu cadastro para receber Boletins Informativos em Transmissão pelo WhatsApp e autorizar o envio de notícias!
-É simples, rápido e seguro, nos termos da nossa Política de Privacidade, disponível no site.
-Deixe seu NOME COMPLETO e a CIDADE onde mora!
Obrigado e volte sempre!