POR MANOEL ARANHA*

Estas são as palavras mais simples e serenas que se pode usar para (des)classificar a insensatez da Câmara Municipal de Vereadores. Essa festa politiqueira com viés totalmente eleitoreiro nesses tempos de pandemia reflete a estupidez de quem, exatamente, deveria dar exemplo.

Óbvio que existe uma coisa chamada livre arbítrio. A participação ou não na farra lhes dá esse direito. Só não dá para chamar aquilo de evento/solenidade comemorativa da festa de uma Cidade do porte de São Mateus, que tenta se credenciar como uma polis desenvolvida e referência no Estado e, quiçá, no País.

A realização inconsequente de eventos dessa natureza, principalmente nessa época, a forma que a Cidade vem sendo gerida por ambos poderes (do compadrio, da perseguição política e da subordinação), do curvar a cabeça para o Ditador Mor do Estado e seus aliados políticos (Deputados Federais e Estaduais), além da corja/laia de aspone que se quer sabe se comportar no cotidiano e muito menos em eventos sociais, refletem a dificuldade da Cidade em avançar.

A atitude comportamental do presidente da Câmara Municipal e de vereadores – desde o anúncio e divulgação do evento –, além de alguns convivas em torno da festa em homenagem aos 477 anos do Município foi de um escárnio, um acinte e um deboche sem precedentes com População Mateense.

O regabofe com cardápio de alto nível, inclusive financeiro, mostrou que muitos convivas são pobres em espírito, mal-educados, cínicos e debochados. Passando uma imagem de desprezo aos eleitores/cidadãos mateenses.

Outro fato que chamou a atenção para o suposto motivo das homenagens foi a horda de homenageados. Tem muita gente se perguntando o que eles fizeram pela Cidade para merecerem tais honrarias, diga-se de passagem, em excesso.

Logo, logo teremos animais – cavalos e urubus – sendo homenageados pelos relevantes serviços prestados à limpeza de Guriri e outros bairros do Município. A Câmara nem se deu ao trabalho de justificar a razão e o motivo das homenagens de cada beneficiado.

Boa parte da mídia e das redes sociais locais, beneficiária do sistema “me ajuda que eu te ajudo”, tratou todo o “Circo-477” como um grande feito. A Cidade merece todas as comemorações, porém não da forma como foi e na atual situação do País. Poucas (mídia e redes sociais locais) se deram ao trabalho de esquadrinhar as verdades do caótico momento politico-administrativo-legislativo que vive a Cidade.

Mas, não, preferiram o puxa-saquismo (afinal, um “jabazinho” faz bem) aos gestores como se tudo fossem flores. Você já percebeu que a mídia e as redes sociais “varrem” os problemas da Cidade para o Rio Cricaré e que vivemos na Ilha da Fantasia?

Aliás, a composição atual da Câmara Municipal é a pior de todos os tempos: são cordatos e sem condições de discernimento de como cumprir o papel que lhes cabem. Não sabem separar as coisas. Além da subserviência ao Presidente da casa – que trabalha desenfreado e loucamente para ser o próximo prefeito – e ao atual Chefe do Executivo.

Quase todos são despreparados, promíscuos, fisiológicos e oportunistas. Veem no estar vereador um jeito fácil de conseguir prestígio pessoal, social e de ganhar dinheiro sem fazer força. Ou seria a falta de competência de ganhá-lo de outra maneira?

Tratam as questões do seu “oficio” de forma pueril e simplista. Não sabem o que estão fazendo e qual o seu real papel. Gostam mesmo de posar para fotos e comes e bebes.

Infelizmente, o Regabofe 477 foi uma iniciativa infeliz, inconsequente e nonsense. Pura campanha eleitoreira municipal e estadual.

Não será com esse tipo de gestor executivo e de legisladores que São Mateus conseguirá submergir do fundo do poço.

Que o bisonho e lamentável (mais do que previsível, e por culpa única e exclusiva do eleitor e da forma de se fazer política em São Mateus) acontecimento do dia de hoje (falarei sobre em outro texto) possa servir de lição, reflexão e exemplo para os cidadãos mateenses sobre os rumos da política local e a necessidade de expurgação radical dos atuais atores (políticos) do processo.

É consenso e lugar comum que os atuais atores (políticos) não querem, de forma alguma, largar o “osso”. A prova cabal disso é a não aprovação de uma Reforma Eleitoral igual para todos os participantes do processo. Vamos dizer NÃO à continuidade e ao casuísmo do atual sistema que somente beneficia os políticos poderosos, sem ética, sem conduta, oportunistas, fisiológicos, sobretudo os sem-caráter e canalhas.

*MANOEL ARANHA é professor universitário aposentado, ex-vice-diretor do Ceunes. Artigo publicado, originalmente, nas redes sociais, em 28/09/2021 – 23h23.

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