Com lista enorme de desmandos em 2022, Câmara de São Mateus decide liberar R$ 2,8 milhões para ajuda a vítimas das chuvas

458

A Câmara de Vereadores de São Mateus acumula uma lista enorme de desmandos e projetos prejudiciais à população em 2022, que vão desde a formação do G-8 para livrar o prefeito Daniel Santana da cassação de mandato, no início do ano, até a aprovação, recentemente, da volta do recesso de 30 dias em janeiro. A medida fará com que sejam gastos quase R$ 90 mil com os subsídios dos parlamentares sem que eles tenham atividades de trabalho efetivo na Câmara Municipal.

Bastante cobrado por seu pouco envolvimento nas ações para mitigar o sofrimento dos moradores com as consequências das chuvas fortes, o presidente Paulo Fundão (PP) decidiu, nesta quinta-feira (22/12), tomar uma medida para tentar “limpar” a imagem da Câmara diante da Comunidade Mateense: anunciou o Legislativo devolverá R$ 2,8 milhões para a Prefeitura utilizar no socorro aos atingidos pelos alagamentos e deslizamentos de terra no Município.

O anúncio foi feito por Fundão durante reunião com representantes de igrejas e o comitê de crise, no Centro Administrativo da PMSM, no Bairro Carapina. Conforme o presidente da Câmara Municipal, os trâmites legais serão agilizados para que a liberação dos recursos ocorra até a primeira semana de janeiro.

VEREADORES APROVARAM PROJETOS PREJUDICIAIS AO POVO

Com perfil de subserviência ao prefeito Daniel da Açaí, a atual Câmara de São Mateus acumula uma enorme lista de desmandos em 2022, sob o comando de Paulo Fundão. O presidente realizou este ano a segunda edição do chamado regabofe do camarão VG, ampliando para mais de R$ 300 mil os gastos com festas de luxo dos vereadores. Na lista restrita de convidados, alguns mateenses homenageados e gente vinda de Brasília, São Paulo, Rio e Vitória. Em 2021, Fundão ordenou o pagamento de R$ 170 mil de uma licitação irregular vencida por um empresário preso e com empresa investigada pela Polícia Federal.

No início de 2022, o G-8, grupo de oito vereadores da base governista, composta inclusive pela Mesa Diretora, livrou o prefeito do impeachment e Paulo Fundão deu palanque a Daniel da Açaí para que então denunciado achincalhasse e ameaçasse o delegado da Polícia Federal Patrick Cazeli e a família dele, por conta das investigações da Operação Minucius, que indiciou o Chefe do Executivo por organização criminosa, corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro, fraudes em licitação, improbidade administrativa e falsidade ideológica.

Na ocasião, mesmo com a população mateense se manifestando nas redes sociais e nas ruas, Fundão disse não viu elementos que o convencesse a favor da cassação do mandato de Daniel.

Seguindo ordem do prefeito, a Câmara de São Mateus aprovou projetos prejudiciais aos munícipes, como o do aumento de 54,22% na tarifa de água e 80% na tarifa de esgoto tratado, sem discussão com a sociedade e divulgação posterior; e o que aumentou em até 800% os valores do IPTU a partir de 2013.

Na reta final do ano, os vereadores também aprovaram aumento salarial de 76,83% para prefeito, vice-prefeito e secretários municipais e reajuste de subsídios em 55,84% para vereadores da próxima legislatura. No apagar das luzes, a Câmara Municipal aprovou o retorno do recesso de janeiro, uma medida que havia sido extinta pela composição do Legislativo e que garantia a realização dos trabalhos de forma ininterrupta. Agora, os parlamentares tirarão férias em janeiro, recebendo os subsídios sem trabalhar.

VEJA TAMBÉM:

CÂMARA DE SÃO MATEUS – Mobilização popular impede votação de ‘cheque em branco’ de R$ 100 milhões para prefeito Daniel; base governista recua e concentra forças na votação do Orçamento 2023

CENSURA ZERO – AQUI TEM CONTEÚDO! | REDAÇÃO MULTIMÍDIA

COMENTE ESTA NOTÍCIA!