Uma denúncia de agressão física a estudante feita à Polícia Civil e uma exposição pública de caso de racismo em sala de aula levaram o prefeito de São Mateus, Daniel Santana, a tomar providências quanto aos fatos ocorridos na Escola Ouro Negro, em Guriri. Em ofício expedido neste sábado (14/05), a Controladoria Geral do Município cobra a apuração dos casos à Secretaria Municipal de Educação e à Direção Escolar depois que, diante dos diversos relatos de irregularidades, os pais de alunos convocaram uma manifestação para esta segunda-feira (16/05) na escola.
Uma das situações constatadas virou caso de polícia. Mãe de um aluno de oito anos da Escola Ouro Negro, Handra Faria Peroba de Souza apresentou ao CENSURA ZERO boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil nessa sexta-feira (13/05), denunciando que, na quarta-feira (11/05), durante o horário do recreio, o menino levou uma surra dos coleguinhas e teve ferimentos na boca e no olho direito.
Conforme relatos da mãe à Polícia Civil, o próprio aluno procurou a Coordenação da escola, relatando o que havia ocorrido. No entanto, a Coordenadora declarou ao filho dela que ele “mereceu apanhar”. Handra disse que procurou a escola para esclarecimentos e a diretora Olga Souza Batista não soube explicar o fato e, em seguida, ligou para a Secretaria Municipal de Educação para saber se poderia receber a mãe do aluno agredido. Mas nada teria sido foi feito.
Consta também do boletim de ocorrência registrado pela mãe do aluno agredido que a diretora Olga chamou a Coordenadora para explicar o ocorrido, e esta disse a Handra Souza que “não deveria acreditar em criança, porque criança mente”. De acordo com o registro policial, a Coordenadora “apoiou os que bateram, alegando que o filho da denunciante estava errado”.
RACISMO
Outra ocorrência grave teria ocorrido na Escola Ouro Negro no dia 27 de abril deste ano. Bianca Souza registrou em seu perfil no Facebook que sua filha de 9 anos teria sido vítima de “racismo estrutural” por parte de uma Professora nem sala de aula. A Professora teria implicado com o cabelo dela e feito a menina passar por constrangimento diante da classe.
Indignada, a mãe gravou um vídeo repudiando o fato e também registrou um desabafo em texto: “Ela vai ser quem ela quiser! Ela vai usar o cabelo que ela quiser… E não vai ser uma ‘professora’ qualquer que vai fazer ela se sentir inferiorizada, ridicularizada, acuada, menosprezada!”.
Bianca prossegue no post feito como denúncia na rede social: “Minha filha (…) vai crescer, e vai entender que nesse nosso país, que se diz miscigenado, nós, negros, afrodescendentes, sofremos isso todos os dias! (…) Filha, fica tranquila, que sua mãe vai fazer de tudo para te defender! Você é linda! Seu cabelo é lindo!”.
Diante dos fatos e a falta de providências adotadas pela Escola Ouro Negro, alguns pais de alunos convocaram uma manifestação nesta segunda-feira (16/05), a partir das 6h, cobrando a exoneração da Diretora e da Coordenadora.
O OUTRO LADO
Neste sábado (14/05), o prefeito Daniel Santana afirmou que teve conhecimento dos fatos ocorridos na Escola Ouro Negro e acionou a Controladoria Geral do Município para adotar as medidas necessárias.
Em ofício, a controladora geral Luciana Massucatti convocou a secretária municipal de Educação, Luciana Moreira Costa, e a diretora Olga Souza Batista para que estejam presentes na Escola Ouro Negro para uma reunião com representantes da Controladoria Geral e dos pais dos alunos da escola, “para apuração dos fatos relatados”.
O CENSURA ZERO omitiu os nomes da Coordenadora e da Professora envolvidas nos casos, para evitar exposição desnecessária antes de os fatos serem devidamente apurados.
A Reportagem não conseguiu contato com a diretora Olga Souza Batista para apresentar a sua versão dos fatos. O espaço está aberto e, em caso de possível retorno, o texto será atualizado.
CENSURA ZERO – AQUI TEM CONTEÚDO! | REDAÇÃO MULTIMÍDIA
