DIREITO EM SUAS MÃOS – O que induz os jovens a cometerem crimes?

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POR DRª BEATRICEE KARLA LOPES*

Existem vários fatores sociais e hereditários para falarmos a respeito deste tema, mas o que se pouco se houve falar é sobre se os videogames, computadores, filmes, séries, smartphones e livros possuem algum poder de induzimento sobre a criação de uma mente criminosa nos jovens.

A maioria dos jovens com idade entre 10 (dez) a 30 (trinta) anos fazem uso desses passatempos.

O massacre ocorrido na manhã de quarta-feira, de 13 de março de 2019, na escola estadual Professor Raul Brasil, que chocou o mundo, onde dois ex-estudantes da escola chegaram atirando e atingindo vítimas de maneira aleatória, há a hipótese de que teve a ver com jogos violentos de videogame.

Em pesquisa de campo, pude perceber que os jovens com mentes criminosas e que possuem comportamentos violentos, tem fortes ligações com videogames ou filmes que expressam violência, além, é claro, das más companhias, condições sociais, traumas psicológicos e problemas psiquiátricos, mas esses não são os temas discutidos aqui, pois demandaria um estudo mais aprofundado e com especialistas no assunto.

Voltando ao tema, o Brasil já baniu diversos jogos por conter cenas que podem levar jovens e crianças a perderem o medo de coisas que devemos temer, como, por exemplo: Carmageddon; Doom; Duke Nukem 3D; Mortal Kombat; e Counter Strike.

Também temos jogos muito famosos e que foram banidos em outros países como: Manhunt, Manhunt 2, Grand Theft Auto (GTA), Wolfenstein 3D e Quake III.

Estamos falando de jogos com diversas cenas de horror e violência que estão contidos não só em DVDs para videogames, mas, também, em computadores e smartphones.

É claro que não podemos generalizar, pois a identidade e atos de cada ser humano não se moldam a partir de cenas violentas avistadas em jogos, livros, filmes, etc., pois nem todos os jovens que jogam, leiam e assistem violência estão condicionados a cometerem algum crime que envolva violência, embora tais obras, realmente, retratem um universo paralelo e sem limites que devemos ficar atentos.

Eu, por exemplo, desde nova gostava de assistir e ler histórias de assassinatos e casos policiais complexos, e, até hoje, ainda sou fã desses temas, como, por exemplo, livros sobre mentes criminosas, séries como “Arquivo Morto”, “Casos Arquivados”, “Sou um Assassino”, canais no YouTube com temas de crimes, como “Quinta Misteriosa”, vários documentários sobre crimes (passo horas maratonando nos fins de semana), além de gostar de jogar Mortal Kombat no XBOX ONE… enfim, jogo, assisto e leio, mas nem por isso estou condicionada a cometer algum crime que envolva violência.

Então, se nem todos são atingidos psicologicamente por determinadas obras violentas, qual seria o agente motivador, por exemplo, para a atitude violenta dos dois ex-estudantes da escola paulista que chegaram atirando e atingindo vítimas de maneira aleatória?

Na opinião de Zacarias, “O momento em que os atiradores se armam é uma espécie de fantasia, quando acreditam que vão ter uma sensação de potência. Antes de realizar os ataques, eles, então, posam como guerreiros (em fotos nas redes sociais), como se estivessem assumindo uma identidade heróica, embora não haja nada mais covarde do que atos desse tipo”.

O suicídio, neste caso, seria visto pelos atiradores como “glória e reconhecimento” que não teriam em vida. “Eles tentam criar uma autoimagem ‘gloriosa'”, explica Zacarias, pois sabem que seus atos receberão grande atenção da mídia e da sociedade.

Para o professor e pesquisador, “ataques desse tipo já ocorriam muito antes de as redes sociais existirem, mas com as redes isso fica muito mais palpável: ele (atirador) produz a própria imagem e sabe como ela vai ser divulgada”. Ou seja, os jovens estão saindo do mundo virtual para o real, e isso é preocupante e assustador.

Não podemos negar que a internet está repleta de exemplos negativos de que jogos de videogame e computador podem afetar ou afetaram crimes reais. Nesse caso na escola paulista, a ligação entre jogos e vida real será que foi apenas uma hipótese mesmo ou foi um fato?

Outro caso chocante ocorreu em 2013, na cidade de Brasilândia/SP. Um menino de 13 (treze) anos, Marcelo Pesseghini, filho de pais policiais, assassinou com um tiro na cabeça os dois, além de sua tia-avó e sua avó. O garoto foi à escola de manhã e voltou para casa normalmente. Após quase 12 (doze) horas, atirou contra a própria cabeça.Em seu perfil no Facebook, o menino utilizava como foto do avatar uma imagem de um jogo, Assassin’s Creed.

Enfim, existem vários outros casos bizarros e doentios a respeito do tema, o que daria um livro bem aterrorizante.

Esses assuntos que relacionam crimes com obras de violência sempre voltarão à tona se outro caso como estes ocorrer. Só cabe a nós, pais, observarmos o comportamento de nossos filhos.

O que você pensa a respeito deste assunto: há relação entre os crimes e as obras sobre violência? Deixe seu cometário.

Veja muito mais na minha página do Facebook: @DraBeatricee.

*DRª BEATRICEE KARLA LOPES é Advogada Criminalista – OAB/ES 15.171; pós-graduada em Penal, Processo Penal e Civil; Escritora de Artigos Jurídicos; Membro Imortal da Academia de Letras da Serra-ES; Comendadora Cultural e Membro Imortal da Academia de Letras de São Mateus-ES; Comendadora Cultural da ONG Amigos da Educação e do Clube dos Trovadores Capixabas; Personalidade Cultural de 2017 do 3º Encontro Nacional da Sociedade de Cultura Latina do Brasil; Personalidade Artística e Cultural 2018; e colunista do Portal Censura Zero – www.censurazero.com.br.

Contato: tel.: (27) 9.9504-4747, e-mail: beatriceekarla@hotmail.com, site: beatriceeadv.wixsite.com/biak, Facebook: Beatricee Karla Lopes e Instagram: @direitocensurazero.

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