A situação é muito preocupante em São Mateus com relação à segurança pública. A violência aumenta na Sede e nos demais distritos do Município, elevando os índices de crimes contra furtos a residências, roubos a pessoas em via pública e de veículos, além de homicídios. E, na contramão disso tudo, o CENSURA ZERO apurou que a Central de Videomonitoramento por câmeras, sob a responsabilidade da Prefeitura de São Mateus, por meio da Secretaria de Defesa Social, está totalmente desativada há mais de três meses.
A descoberta causa bastante estranheza, porque tanto o prefeito Daniel Santana (sem partido) quanto os Vereadores admitem a situação problemática na segurança pública, afirmam que vêm buscando reforço do efetivo da PM, mas jamais citaram a desativação da Central de Videomonitoramento, que funcionava nas instalações do 13º BPM, no Bairro Boa Vista.
O prefeito Daniel trabalha junto com o secretariado a implantação do novo Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM) e, no dia 12 de março, chegou a ter reunião com a gerente de Integração Comunitária e Institucional do Governo do Estado, Luciana Menezes. Além de Daniel e Luciana, estavam presentes no encontro os secretários Cilmar Quartezani (Defesa Social), Deucimar Gonçalves de Oliveira (Governo), Hassan Rezende (Planejamento, Captação de Recursos e Desenvolvimento) e Júnior Eler (Comunicação), além do vereador Cristiano Balanga (Pros), líder do Prefeito na Câmara de São Mateus. No entanto, não houve nenhuma menção ao fato de a Central de Videomonitoramento estar totalmente desativada.
Na Câmara Municipal, os vereadores Paulo Fundão (PP), Robertinho de Assis (PSB), Ciety Cerqueira (PT), Adeci de Sena (Cidadania) e Isael Aguilar (PSL), entre outros, têm frisado a gravidade da situação na segurança pública. Já houve reunião na sede do 13º BPM e até indicações ao prefeito Daniel para a ampliação do sistema de vigilância por câmeras para localidades da zona rural: Isael fez solicitação para Nova Lima e Adeci para o Nativo de Barra Nova.
No entanto, durante todo esse tempo, a Central de Videomonitoramento esteve desativada. Em recente sessão ordinária, o líder do Prefeito, vereador Cristiano Balanga, chegou a afirmar que “mais de 70 câmeras estavam em funcionamento”.
O jornalista André Oliveira constatou a situação in loco, na sede do 13º BPM, e teve acesso a registro em fotos que comprovam a situação atual: central desativada e até foram retirados os equipamentos outrora utilizados no videomonitoramento de pontos estratégicos da Cidade no auxílio ao trabalho da Polícia Militar, da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros quanto à vigilância de ocorrências de crimes. Na sala, há apenas cadeiras e monitores abandonados.
MORADORES E COMERCIANTES DESPROTEGIDOS
Com sede no 13º Batalhão da Polícia Militar (BPM), a Central de Monitoramento contava até 2019 com 80 câmeras instaladas em pontos estratégicos da região central de São Mateus e Guriri, como áreas de comércio e vias públicas. Mas não se sabe quantas câmeras havia o final de 2020, data em que o serviço ainda estava em operação, segundo apurou o CENSURA ZERO. A Central funcionava 24 horas por dia, com servidores trabalhando em regime de escala.
Quando era identificada alguma situação suspeita, havia o acionamento do Centro de Comando Operacional da Polícia Militar, que funciona no mesmo prédio, e era feito o encaminhamento de uma viatura. “O serviço está desativado. Desde o início do ano que a Central não funciona. O pessoal da Prefeitura também não vem mais aqui”, afirmou um militar quando o jornalista André Oliveira esteve no local e procurou pela equipe da Secretaria de Defesa Social.
A Central de Videomonitoramento colaborava nas investigações de inquéritos, auxiliando a Polícia Civil na elucidação de crimes sob a responsabilidade da Divisão de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio (DRCCP) e Departamento Especializado de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).
No período de Verão, Carnaval e outros eventos em Guriri, a Central de Monitoramento dava apoio à Polícia Militar na vigilância em pontos estratégicos da área central do balneário.
O OUTRO LADO
O CENSURA ZERO fez contato com o prefeito Daniel Santana e o secretário municipal de Defesa Sociail, Cilmar Quartezani, por meio da Secretaria Municipal de Comunicação, para buscar informações sobre a desativação da Central de Videomonitoramento, mas ainda não obteve retorno.
A Reportagem acionou também a Secretaria de Comunicação da Câmara de São Mateus, para ouvir o presidente Paulo Fundão e os demais vereadores para saber o posicionamento deles diante da desativação da Central de Videomonitoramento e por qual motivo o fato não vem sendo mencionado publicamente. Ainda não houve retorno.
Quando o CENSURA ZERO receber as respostas, o texto desta reportagem será atualizado.
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