Lenhadores integrantes de 11 associações de comunidades de Conceição da Barra, Pedro Canário e São Mateus protestaram e conseguiram manter o apoio da Suzano Papel e Celulose para a cata de resíduos das plantações de eucalipto no norte do Espírito Santo. A manifestação foi realizada nesta segunda-feira (20/09), em frente à base da Suzano, à margem da BR-101, no trevo de Conceição da Barra. O protesto foi acompanhado pela equipe de jornalismo da Rede Barcos de Comunicação e do CENSURA ZERO.
A mobilização em frente à sede da empresa começou por volta das 6h da manhã e, às 7h30, já reunia cerca de 60 lenhadores, entre presidentes e membros de 11 associações de comunidades nas quais a Suzano mantém suas plantações de eucalipto, incluindo Braço do Rio, Roda D’Água, Córrego dos Parentes, São Domingos (Paraíso), Palmito, São Jorge, Nossa Senhora Aparecida, entre outras.
Na pauta de reivindicações, mais diálogo com as comunidades; a revogação da norma repassada por supervisores da Suzano de que somente seria permitida a cata de galhos e pontas de eucalipto (o que não permitiria o recolhimento de tocos e galhos maiores impróprios para a indústria); e o fim da perseguição das equipes de vigilância patrimonial da empresa aos lenhadores nas atividades de campo, por conta do cerco montado no combate ao furto de madeiras e incêndios provocados por terceiros em conflito de invasão de áreas de eucalipto.
REUNIÕES E BLOQUEIO
Por volta das 8h15, os líderes dos lenhadores conversaram com representantes da base da Suzano em Conceição da Barra, solicitando o deslocamento do coordenador de Segurança Patrimonial, Eduardo Soares de Almeida, da sede da empresa em Mucuri-BA, para que pudessem apresentar as reivindicações. Sob alegação de que estaria viajando, houve tentativa de marcar a reunião de Soares com os presidentes de associações para a tarde de terça-feira (21/09), mas os lenhadores não aceitaram.
Com a demora no contato com o coordenador da Suzano Papel e Celulose em Mucuri, os manifestantes decidiram bloquear a entrada da base da empresa, impedindo o tráfego das carretas carregadas de eucalipto e de outros veículos de apoio às atividades. A Polícia Militar foi acionada, mas os agentes compreenderam o clima pacífico da manifestação em contato com as lideranças dos lenhadores.
Diante da medida radical, o coordenador de Segurança Patrimonial decidiu deslocar-se de Mucuri para Conceição da Barra. Eduardo Soares reuniu-se com uma comitiva dos lenhadores e decidiu atender à pauta de reivindicações dos trabalhadores. “Não gostaríamos que tivesse chegado a esse ponto, mas foi positivo para buscar o diálogo com a Suzano e o Soares veio, nos atendeu e disse que o nosso serviço vai poder ser feito como era antes”, afirmou Genilson Leonídio, o Grande, presidente da Associação dos Lenhadores de Braço do Rio (Asbrario).
AGRADECIMENTOS
Ele agradeceu à Rede Barcos de Comunicação, na pessoa de seu diretor-presidente Toninho de Deus, e ao CENSURA ZERO, destacando o apoio da Imprensa para o atendimento das demandas comunitárias.
Genilson recordou que a conquista do contrato da Suzano Papel e Celulose para a permissão da volta da cata de fachos pelos lenhadores, em setembro de 2011, ocorre por intermediação da Rede Barcos, com sucessivas reportagens publicadas à época no jornal Barcos Notícias, além de entrevistas na Rádio Barcos FM. Atualmente, a rede de comunicação é integrada também pela Rádio Barra FM e pelo site Barcos Notícias (redebarcos.com.br).
CENSURA ZERO – AQUI TEM CONTEÚDO! | REDAÇÃO MULTIMÍDIA | REPORTAGEM: ANDRÉ OLIVEIRA | FOTOS: ANDRÉ OLIVEIRA E TONINHO DE DEUS
