O Espírito Santo quer comprar, ainda em agosto, kits para diagnósticos da varíola dos macacos – também conhecida como monkeypox. A decisão de adquirir os testes foi confirmada pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, durante pronunciamento na tarde desta segunda-feira (1º/08). Até o momento, existem no estado dois casos confirmados e quatro em investigação.
Atualmente, o sistema de saúde brasileiro não conta com testes específicos para identificação da doença. O vírus é detectado a partir de “ensaios moleculares de PCR” que são “voltados à sequência de Orthopoxvirus”. O exame consegue detectar outras doenças, como varíola humana ou bovina. A confirmação do diagnóstico é feita por sequenciamento genético posterior.
“Temos no país uma situação caracterizada pelo subdiagnóstico e pela baixa oferta de testagem. O que é consequência não somente da disponibilidade de teste pelo Ministério da Saúde, mas, também, de uma redução da percepção de risco que a suspeita clínica e diagnóstica por parte de profissionais da saúde da rede pública e privada. Isso não é específico do Espírito Santo”, ressaltou o secretário.
Para Nésio, o “silêncio epidemiológico” da avaliação dos casos vêm acontecendo por causa da ausência da suspeita clínica de casos que possam ser infecções pela monkeypox. Por isso, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), vai atualizar notas técnicas ainda nesta semana e passa a ofertar cursos específicos para o atendimento de pacientes com suspeita de contaminação da varíola do macaco para profissionais da saúde da rede pública e privada.
IDENTIFICAÇÃO DOS CASOS
A maior parte dos casos notificados foi identificada por meio de serviços de saúde sexual ou em unidades de saúde primária ou secundária, envolvendo principalmente, mas não exclusivamente, homens que fazem sexo com homens. A terminologia “homens que fazem sexo com homens”, também chamada HSH, é uma classificação técnica adotada na área da saúde que inclui homossexuais, bissexuais e pessoas que não se identificam com alguma dessas orientações.
Ainda segundo o secretário, a doença não está restrita a esse grupo, ou seja, qualquer pessoa que tiver contato com alguém infectado e que vive o período de transmissão, pode se infectar, independente de orientação sexual e idade.
“Precisamos ainda entender que a monkeypox passa a se constituir em todo o país, como um problema de saúde pública. Não se trata de uma doença leve. As dores corporais e das lesões significativas, principalmente se afetam as mucosas. Não se deve menosprezar a doença pela taxa de mortalidade, mas sim pelo sofrimento e capacidade de transmissão que se dá”, frisou.
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