Um morador pertencente a uma família da periferia de São Mateus procurou o CENSURA ZERO para solicitar ao prefeito Daniel Santana a revisão de critérios na distribuição das cestas básicas emergenciais feita pela Secretaria Municipal de Assistência Social. Mesmo em dificuldades, ele não conseguiu ser atendido pela Prefeitura, que já adquiriu nesse período 20 mil cestas básicas e conseguiu recursos da Câmara Municipal para a aquisição de outras 4 mil cestas de alimentos a serem entregues a famílias carentes.
Em contato com a Redação do CENSURA ZERO, o jovem pediu para não ter o nome divulgado, “para evitar problemas”, mas disse que mora no Bairro Cacique 2, junto com os tios e um primo portador de necessidades especiais. Relatou que ele e os tios estão desempregados e a família vem passando dificuldades para se alimentar por conta do decreto de calamidade pública assinado pelo prefeito Daniel Santana, já que o único ganho da casa é da aposentadoria do primo dele, no valor de R$ 1.045,00.
O jovem destacou que tentou ajuda da Prefeitura para receber uma cesta de alimentos emergencial. Mas afirma que foi surpreendido ao ser informado, pela assistente social que o atendeu na Central de Benefícios Eventuais, que, apesar da situação difícil que a família vem passando, não tem direito ao apoio do poder público.
“Ela pegou as informações, chegou a fazer o cadastro, com os nomes das pessoas que moram na casa. Eu informei que estamos todos desempregados e sem poder procurar emprego por causa dessa situação envolvendo o coronavírus. Somente o especial está recebendo a aposentadoria [R$ 1.045,00], é o único dinheiro que entra em casa atualmente”, relatou o jovem.
RENDA PER CAPITA
Na conversa com o morador, disponibilizada em áudio ao CENSURA ZERO, a assistente social explicou que, para ter direito à cesta básica emergencial, a renda per capita máxima tem que ser de até R$ 178,00, mas a da família que solicitava a ajuda da Prefeitura é de R$ 261,25. O morador argumentou que um casal vizinho havia recebido a cesta básica, mesmo diante do fato de os dois serem aposentados; portanto, com uma renda superior à da sua família.
“Eu trabalho de acordo com a lei. Esse casal também deve ter passado por essa triagem, mas eu não posso responder por eles. Se eles não responderam de acordo com a realidade; mentiram ou omitiram, eles vão prestar contas depois. Eu tenho que seguir a lei”, disse a assistente social ao morador.
Diante do posicionamento, o morador contatou o CENSURA ZERO para solicitar ao prefeito Daniel Santana faça alterações nos critérios de distribuição das cestas básicas emergenciais. “Tem muita gente necessitada, que não tem nada para comer em casa e está ficando sem receber alimentos”, alertou o jovem.
O OUTRO LADO
O CENSURA ZERO fez contato com a secretária municipal de Assistência Social, Marinalva Broedel, para informar a situação e buscar um posicionamento oficial da Prefeitura de São Mateus quanto ao assunto. Mas não o telefone da Secretaria não atendia e o e-mail enviando relatando a situação e o pedido de entrevista não foi respondido até a publicação desta reportagem.
O CENSURA ZERO disponibiliza espaço para que a secretária Marinalva Broedel faça as considerações que julgar importantes sobre o assunto abordado.
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