O ativista social Thor-O Pagodeiro do Amor está apoiando o Movimento das Esposas dos Reeducandos do Sistema Penitenciário do Espírito Santo, que organiza um conjunto de reivindicações junto ao Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Justiça. A principal delas é a autorização para a volta das visitas íntimas dentro das unidades prisionais.  

Thor defende que o Governo do Espírito Santo “não pode praticar uma incoerência pública ao liberar diversas atividades e ações, com os devidos protocolos em função da pandemia da covid-19, e manter a proibição das visitas íntimas de presos”.  

Ele argumenta, por exemplo, que ocorre a liberação para escolas públicas, transporte coletivo, comércio e atividades de órgãos públicos, como o Detran. “Se o cidadão pode entrar em um carro para ter aulas de um instrutor de trânsito do Detran, por que a esposa não pode ter visita íntima com seu esposo que está preso?”, questiona o ativista, que procurou o CENSURA ZERO para tornar pública a reivindicação. 

Thor embasa o pleito, frisando que “o Governo do Estado tem que usar o princípio da isonomia para as esposas dos reeducandos, dando a elas o direito de terem esse contato íntimo com seus maridos, assegurando a essas mulheres oportunidades iguais considerando suas condições diferentes”. 

Famílias aguardando o momento da visita a reeducandos do sistema penitenciário.

ESPOSAS DE REEDUCANDOS

Uma das integrantes do Movimento das Esposas dos Reeducandos do Espírito Santo, Gilmara afirma que a visita íntima do marido está suspensa há três meses. Ela considera que a autorização para o retorno é viável. Suellen, cujo marido é interno da Penitenciária Estadual de Vila Velha 1, avalia que as visitas íntimas podem passar pelas mesmas barreiras sanitárias da Sejus, “já que tudo voltou a operar no Estado”.

Já Marlaine, esposa de reeducando também em Xuri, reclama da demora da volta das visitas íntimas, suspensas há três meses. Na opinião dela, o tratamento da Sejus “é péssimo para com os presos do Estado do Espírito Santo”.

Com o marido preso em Xuri, Patrícia está indignada com a diferença de tratamento em relação a outras atividades na pandemia da covid-19. Ela faz referência ao funcionamento normal de lojas, bares, restaurantes, aulas presenciais do Detran e na rede pública de ensino. “E as visitas íntimas paralisadas de maneira exacerbada”, reclama.

O mesmo pensamento tem Bárbara, cujo marido também é reeducando em Xuri: “É injusto não voltar as visitas íntimas e ver supermercados lotados, padarias, restaurantes e o Detran fazendo aulas com duração de quatro horas com duas pessoas trancadas nos carros das autoescolas”.

Suellen e Luana, esposas de presos, sugerem que “as visitas podem passar também por essa barreira de proteção sanitária em direção ao parlatório das visitas”. Elas apelam ao governador Renato Casagrande para intervir em favor das famílias.

CONFIANÇA EM CASAGRANDE

O ativista social Thor-Pagodeiro do Amor afirma que, pelo que ele conhece do governador Renato Casagrande, não tem dúvidas de que o Chefe do Executivo atenderá ao pedido do Movimento das Esposas de Reeducandos do Espírito Santo.

“É importante que as esposas tenham seus momentos com seus companheiros, porque todas elas são consideradas tecnicamente nos meio forense como o sustentáculo para a recuperação do apenado”, enfatizou Thór na entrevista ao CENSURA ZERO.

Ativista social Thor-O Pagodeiro do Amor: apoio à luta das esposas de reeducados do sistema penal capixaba.

O OUTRO LADO

O CENSURA ZERO fez contato com a Governadoria do Estado e com a Secretaria de Estado da Justiça, responsável pela administração das unidades prisionais do Espírito Santo, por meio das respectivas Assessorias de Comunicação.

No entanto, como não há expediente nos fins de semana, a expectativa do retorno à demanda deve ocorrer somente na segunda-feira (24/05). Assim que o CENSURA ZERO receber as respostas, esta reportagem será atualizada.

CENSURA ZERO – AQUI TEM CONTEÚDO! | REDAÇÃO MULTIMÍDIA