POR GUSTAVO VIANA*

De ocorrência corriqueira, o AVE (acidente vascular encefálico) é o surgimento agudo de uma disfunção neurológica focal, devido a uma irregularidade na circulação sanguínea cerebral. O termo derrame, assim como a sigla AVC são usados de forma usual. Clinicamente, podem ocorrer uma gama de déficits possíveis, como alterações no nível de consciência e comprometimentos nas funções dos sentidos, motricidade, cognição, percepção e linguagem.

A hemiplegia (paralisia) e/ou hemiparesia (fraqueza) aparecem em 98% dos casos, tipicamente no lado oposto ao local da lesão cerebral. Importante salientar que o local, a extensão da lesão, a quantidade de fluxo sanguíneo colateral e o tratamento inicial da fase aguda, determinam a gravidade dos déficits em cada paciente.

A aterosclerose é a principal causadora dos AVEs, além de ser a maior causadora de mortes por AVE e IAM (infarto agudo do miocárdio) no mundo. Esta patologia dos vasos sanguíneos caracteriza-se pela formação de placas de gordura que bloqueiam a passagem do sangue levando a um estreitamento do endotélio vascular.

A isquemia é o principal mecanismo causador da doença cerebrovascular. Nos casos envolvendo AVE hemorrágico as causas são o aneurisma e o trauma encefálico, este último, muito comum em acidentes automobilísticos. A incidência de AVE isquêmico é bem maior quando comparado ao AVE hemorrágico, 95% e 5% respectivamente.

PATOLOGIAS

As patologias que causam infarto cerebral e cardíaco apresentam fatores de risco em comum e contribuem para o surgimento da aterosclerose. A hipertensão, diabetes, tabagismo, obesidade, dislipidemia e idade avançada são fatores de risco que favorecem a ocorrência do AVE. Os primeiros fatores são considerados modificáveis, diferentemente da senilidade. A prevenção do AVE baseia-se na intervenção dos fatores de risco modificáveis.

Verificação da pressão arterial periodicamente é fundamental. Ajustes à dieta para melhoria da parte lipídica, diminuição ou mesmo o cessar do hábito de fumar e a iniciação de um programa de atividade física são condutas que reduz consideravelmente o risco de se ter um acidente vascular encefálico.

Os sinais e sintomas de típicos um acidente vascular encefálico são: fraqueza em um dos lados do corpo, cefaléia forte e súbita, desvio da boca para um lado, dificuldade para falar e enxergar.

A recuperação após AVE costuma ser mais rápida nas primeiras semanas após o aparecimento dos déficits e prolonga-se até aproximadamente um ano. Contudo, após os seis primeiros meses os ganhos funcionais são mais lentos.       

O programa de reabilitação deve ser iniciado ainda no hospital, depois que o paciente esteja estabilizado do ponto de vista clínico. A mobilização aguda ainda no leito, evita ou minimiza os efeitos do descondicionamento e a possibilidade de comprometimentos secundários. É importante a estimulação de uso do lado afetado. É de suma importância que o paciente receba informações adequadas e que esteja ciente da disponibilidade de várias formas de apoio.

Pacientes com disfunção aguda e seqüela(s) recente, o ideal são cinco sessões semanais com uma hora de duração aproximadamente. Os serviços subagudos podem variar, oscilando entre sessões de uma hora ou a critério do terapeuta, três vezes por semana ou sessões diárias de meia hora. De modo geral, os pacientes que se beneficiam com esses serviços apresentam comprometimentos menos grave e rápida mobilidade.

*Gustavo Viana é Graduado em Fisioterapia pela UNESA, Especialista em Acupuntura também UNESA, Especialista em Fisioterapia do Trabalho pela IBRA. Tem consultório próprio e atende há mais de 13 anos no domicílio. Foi Supervisor de Educação em Saúde do NCZ (Núcleo de Controle de Zoonoses) de São João da Barra-RJ  e tem experiencia na área de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde).

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