POR MARTA MARIA PASQUALI*

Desde o início da pandemia de covid-19, a partir de março de 2020, duas expressões se tornaram populares entre as mais diversas pessoas: “isolamento social” e “relações afetivas”. A princípio, poucos sabiam ao certo o real significado delas. Foi preciso vivenciá-las para começar a compreendê-las – e é justamente vivenciando que aprendemos.  

Neste período, aprendemos que se isolar é, ao mesmo tempo, distanciar-se da rotina e se aproximar da família. É um paradoxo que contraria o pensamento humano, uma vez que somos seres sociais. Como resultado, famílias inteiras começaram a buscar ajuda psicológica atrás de respostas para a seguinte questão: o que podemos fazer para convivermos com pessoas que compõem o nosso núcleo familiar, dia após dia, semana após semana, mês após mês?  

Entretanto, não há fórmula a ser seguida para obter sucesso ao fim da quarentena. Cada família, a seu modo, buscou uma forma de entender e de lidar com tais obstáculos. Diversos estudos mostram que as relações afetivas estão sendo fortemente testadas nas atuais circunstâncias, uma vez que o medo, a angústia, a solidão, a tristeza e a incerteza rondam nossos pensamentos incessantemente. Pais se questionam sobre quais atitudes devem tomar, enquanto família, para que os filhos não sofram impactos significativos durante o isolamento.  

Não cabe aqui associarmos o isolamento social com sofrimento social. Contudo, o quociente emocional não deve ser desprezado neste momento, pois precisamos do equilíbrio interno para transmitir a quem convive conosco, principalmente aos filhos, a segurança que eles buscam, ainda que não verbalizem essa necessidade. Uma relação familiar saudável exige rotina, distribuição e valorização das tarefas realizadas individualmente. As atividades devem despertar o sentimento de pertença na criança. É preciso manter a motivação, exercitar a empatia e, principalmente, buscar o diálogo – habilidade que só se adquire praticando.  

Outro desafio da pandemia são as aulas remotas. É novidade para os alunos e também para os pais. Para que este “novo” seja mais prazeroso, é importante que a família acompanhe as aulas com os filhos, incentivando-os e ajudando-os, quando necessário. Dessa forma, gradativamente os pais contribuirão para a construção da autonomia da criança.  

É importante, ainda, a manutenção da rotina familiar, ou seja, acordar no mesmo horário, se alimentar com a refeição matinal e até utilizar o uniforme escolar se for o caso.  O horário do intervalo entre as aulas precisa ser respeitado, assim como o horário de estudo no período fora das aulas. Se os pais estiverem trabalhando em home office, a rotina também deve ser seguida à risca. Aproveite o período de descanso para se aproximar dos filhos, colocando-se à disposição para ajudá-los. Ao fim do dia, todos poderão compartilhar as alegrias, as atividades realizadas, as frustrações e, com isso, planejar um amanhã melhor.  

A pandemia do novo coronavírus pegou todo mundo desprevenido e exige preocupações. Mas tenha em mente que vai passar. Assim, quando terminar a fase do isolamento social, teremos a certeza de que fomos protagonistas da nossa própria história. As lembranças tristes e as amarguras ficarão, mas também teremos boas memórias de que iremos nos orgulhar no futuro.  

* MARTA MARIA PASQUALI é mestre em Educação, pedagoga, psicopedagoga, educadora sexual e coordenadora dos cursos de Pedagogia nas unidades de Americana e Campinas – Centro Universitário Salesiano de São Paulo – UNISAL. 

SOBRE O UNISAL

O Centro Universitário Salesiano de São Paulo está presente na área educacional desde 1952 e há mais de 20 anos com a marca UNISAL. Conta com Unidades em Americana, Campinas, Lorena e São Paulo bem como a Unidade Virtual/EAD, oferecendo cursos de graduação, pós-graduação lato sensu e stricto sensu e extensão. Integra as 93 Instituições Universitárias Salesianas (IUS) presentes em 21 países na América, Europa, Ásia, África e Oceania: www.unisal.br

CENSURA ZERO – AQUI TEM CONTEÚDO! | REDAÇÃO MULTIMÍDIA | COLABORAÇÃO NB PRESS COMUNICAÇÃO