Por Daniele Pinheiro*

Há diferentes significados nos verbetes. Muitos a provocam porque se sentem bem assim, gostam da própria companhia.

Outros são vistos obrigados a aderirem como rotina, porque os encontros com os amigos deixaram de ser o mesmos desde que o Fulano casou, Ciclano arrumou um novo emprego que ocupa muito seu tempo e Beltrano mudou de cidade.

A solidão se apresenta como uma boa proposta inicial lhe oferecendo um livro, episódios de séries até interessantes, pedidos através do fast food por oferecer melhor comodidade sem precisar sair de casa, e aquela cervejinha gelada para acompanhar.

Há quem goste de ser solitário porque se sente bem assim. Outros se veem obrigados porque perderam as esperanças e não querem mais fingir que está tudo bem perante a sociedade hipócrita que está cagando e andando para o que você sente.

A solidão se instala e quando você percebe já não tem muitos amigos apesar de ter vários conhecidos. Os convites para churrasco e barzinhos são dispensados na maior facilidade porque você prefere estar a sós. Não porque as companhias não são agradáveis, mas porque o papo deixou de ser interessante ao seu mundo. Você está mergulhado em problemas e o máximo que lhe oferecem é um copo de cerveja e uma caipirinha.

Sim, chegamos a esse ponto. Obrigatoriamente temos de curtir a apreciar nossa própria solidão.

Ninguém entende mais nada. Ou talvez não queiram entender. Eles só querem continuar vivendo a porra da vida medíocre e te usar quando for útil. Nada além disso.

Um brinde a essa era de pessoas vazias de sentimentos e cheia de status por impressionismo.

Eu não pertenço a essa geração.

*Daniele Pinheiro é servidora pública e acadêmica de Direito.