POR YURI VERÇOSA*

No dia 22 de março é celebrado o Dia Mundial da Água, data instituída pela Organização das Nações Unidas com o objetivo de conscientizar a população a respeito deste recurso, que é essencial para a vida no planeta. Segundo a ONU, embora 70% da superfície da Terra seja coberta por água, 97,5% é salgada e não pode ser usada para consumo humano. Aliado a isso, 4,5 bilhões de pessoas não dispõem de saneamento seguro no mundo e cerca de 2,1 bilhões de habitantes não têm acesso à água potável em casa.

Crianças com idade inferior a cinco anos são 20 vezes mais propensas a morrer de doenças relacionadas à água imprópria para beber e à falta de saneamento do que devido a conflitos. Ainda de acordo com a Organização, em 2030, a população mundial necessitará de 40% a mais de água para suprir suas necessidades diárias.

O Instituto Trata Brasil (ITB) afirma que o país não controla de maneira eficiente o uso do recurso hídrico. Com base em dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), o estudo demonstra que a água potável perdida em diversas operações abasteceria toda população do Rio Grande do Sul, 10,6 milhões de pessoas, por no mínimo 5 anos. A região Norte lidera o desperdício com 46,94%, seguido do Nordeste com 46,67%. O Sudeste tem a menor taxa de falha nas operações, com 33,90%.

Entre os principais vilões da perda de água do sistema de abastecimento até chegar às empresas e residências destacam-se os pequenos vazamentos em tubulações internas. Para se ter uma ideia, um buraco de apenas dois milímetros em um cano pode desperdiçar até 96 mil litros de água por mês. Torneiras pingando parecem inofensivas, mas geram uma perda de até 40 litros de água por dia. Por isso, é preciso ficar atento a esse desperdício.

O primeiro ponto para perceber o vazamento, começa no bolso. Caso haja aumento na conta de água sem motivo aparente é preciso ficar em alerta e observar se há manchas de umidade em paredes e pisos, nesse caso, é preciso agilizar o reparo para que não se tenha um prejuízo muito grande.

Um outro ponto são as  atitudes. A população precisa ter o hábito do consumo consciente, adotando boas práticas como fechar as torneiras sempre após o uso. É um processo simples, que no final faz a diferença. E a tecnologia, por meio da Inteligência Artificial, se torna uma aliada nesse processo. O sistema de controle hídrico, por exemplo, usa IA que ajuda a monitorar o consumo com mais precisão.

Já as inspeções periódicas com a instalação de monitoramento remoto detectam vazamentos antes que eles gerem prejuízo. Torneiras temporizadas, chuveiros inteligentes, sistema em descargas de caixas acopladas e bloqueadores de ar, são dispositivos que ajustam automaticamente o fluxo de água para evitar desperdícios e diminuir  significativamente as contas de água.  

Repensar o consumo da água em nossa rotina e reutilizar o que seria desperdiçado é o diferencial para garantir a durabilidade deste recurso. Precisamos ficar alertas e proteger os recursos naturais, além de aproveitar as tecnologias disponíveis para cuidar do futuro do nosso planeta e garantir a nossa própria sobrevivência.

*YURI VERÇOSA é CEO e fundador da Foz Sustentável. Nascido em Recife-PE, sempre teve um espírito empreendedor. Em 2018, ao lado da esposa Bárbara Verçosa, criou a Foz Sustentável, empresa que tem uma proposta inovadora de oferecer ao mercado projetos de sustentabilidade lucrativos e resolver o problema do desperdício de água no Brasil.

CENSURA ZERO – AQUI TEM CONTEÚDO! | REDAÇÃO MULTIMÍDIA | COLABORAÇÃO: MARKABLE COMUNICAÇÃO