Investigação sigilosa conduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) aponta o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente Jair Bolsonaro, é um dos articuladores do esquema criminoso de fake news. A Polícia Federal teria identificado a participação de Carlos no esquema.

A informação é do jornal Folha de S.Paulo, destacando que Bolsonaro pressionou o ex-diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, para ter informações sobre as investigações. Valeixo resistiu. Na quinta-feira (25/04), o presidente exonerou Valeixo, o que levou o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, a pedir demissão.

Bolsonaro estaria ciente de que as investigações haviam chegado a Carlos, filho nº 02. Ao demitir Valeixo, o presidente teria mais facilidade para acessar as informações sobre as investigações que correm em torno de Carlos.

NOVO DIRETOR DA PF

Para o lugar de Valeixo, no comando da PF, Bolsonaro escolheu Alexandre Ramagem, hoje diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Ramagem é amigo de Carlos Bolsonaro, exatamente um dos alvos do inquérito da PF que tramita no STF. Carlos, inclusive, teria convencido o pai a nomeá-lo.

Segundo aliados de Moro, ao mesmo tempo que a PF avançava sobre o inquérito das fake news, Bolsonaro aumentava a pressão para trocar Valeixo.

REPRODUÇÃO/TV – Na sexta-feira (24), após pedir demissão e ser atacado por Bolsonaro, Moro apresentou provas de que o presidente quer interferir na PF. Este diálogo mostra Bolsonaro incentivando o então ministro a trocar o comando da corporação.

FAKE NEWS

Carlos é investigado sob a suspeita de ser um dos líderes de grupo que monta notícias falsas e age para intimidar e ameaçar autoridades públicas na internet. A PF também investiga a participação de seu irmão Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PSL de SP.

Procurado pela Folha, Carlos Bolsonaro não havia respondido aos contatos da reportagem até a última atualização do texto.

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