Cássio Caldeira destaca setor de petróleo e gás, além da área marítima, como engrenagem motriz do desenvolvimento do ES

Uma das grandes lideranças do setor metalmecânico, o empresário Cássio Caldeira (da Qualimec) concedeu entrevista ao CENSURA ZERO sobre Desenvolvimento do Espírito Santo. Otimista, ele afirma que o momento atual é definido por duas palavras: transição e transformação. “Dentro de quatro ou, no máximo, cinco anos, estaremos vivendo uma nova onda tecnológica, será mais uma revolução”, salienta.

Confira a íntegra a entrevista com Cássio Caldeira, que também foi publicada pelo Portal Jornal do Norte:

Como o senhor vê o futuro do Norte do Espírito Santo?

CÁSSIO CALDEIRA: Não faltam motivos, para estarmos otimistas com o futuro do Norte do Espirito Santo.

Por que o senhor pensa assim?

Temos uma região privilegiada, em uma área bem localizada no Brasil, com uma cadeia produtiva bastante diversificada, com incentivos fiscais da Sudene [Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste], o segundo maior polo educacional depois da grande Vitória, possuindo ainda  grandes áreas livres permitindo assim uma logística fácil para implantação de grandes projetos, cortada pela mais importante rodovia do país, a BR-101, com um litoral extenso, tendo áreas marítimas privilegiadas com calados que permitem a construção de portos, que permite receber navios de grande porte. Uma região propícia para construção de um berço de cargas gerais, uma região rica em petróleo e gás, que ajuda a colocar o nosso Estado em destaque nacional como o segundo maior produtor de petróleo do País, com grande potencial turístico ainda a ser explorado. Uma grande variedade de produtos agrícolas, grandes florestas de eucaliptos, destacando-se como um polo automobilístico. Enfim, todo esse cenário tem chamado muito a atenção de grandes investidores, tanto nacionais quanto internacionais.

Falando ainda de futuro, na sua visão, qual será a engrenagem motriz que impulsionará esse desenvolvimento?

Primeiramente é importante dizer que o desenvolvimento da nossa região já começou! Estamos vivendo momentos de transição, de transformação. Estas são as duas palavras que melhor definem a fase atual deste desenvolvimento. A velocidade das mudanças que o setor tecnológico está provocando no mundo hoje é uma grande realidade. Portanto, respondendo a sua pergunta a engrenagem motriz que já está atuando é a política econômica. Os números estão decidindo nosso futuro. Os números estão apontando o Norte do Espírito Santo como uma região viável e propícia para bons negócios e novos investimentos. Como citei anteriormente, temos uma região bastante diversificada, tudo isso já está atraindo a atenção de grandes investidores, se eu falasse aqui especificamente de cada área, de cada setor a entrevista ficaria muito longa, vamos então citar apenas duas áreas: A primeira petróleo e gás, e a segunda a área marítima. O Brasil é o maior produtor de petróleo da América do Sul, o que faz ter uma importância geopolítica bastante significativa. O Norte do Estado destaca-se com uma produção muito respeitosa. O mercado tem sinalizado a cadeia do setor de petróleo e gás, que terá um crescimento admirável nos próximos anos, sendo o Espírito Santo é o segundo maior produtor de petróleo e oscilando entre terceiro e quarto [na produção] de gás. Isso já projeta e faz com que estejamos em um ambiente bastante favorável. Sobre a área marítima, temos o projeto da Petrocity chegando e virando realidade.

O que o senhor tem a dizer sobre a Petrocity?

Um grande, estratégico e audacioso projeto. O maior investimento privado que se tem notícia, até o presente momento, no país. Um presente para a nossa região e para o Espírito Santo. E o mais incrível de tudo é que tem gente torcendo contra. Mas já vi cenas como essa no Brasil. Por exemplo um determinado grupo que torceu contra a usina hidrelétrica de Belo Monte, no Sudoeste do Pará, uma obra que foi orçada em 26 bilhões de reais. Sabemos que um dos grandes problemas do País é a carência de energia e havia oposição. Mas ninguém pode segurar o progresso. Por isso eu sempre digo que o mundo é dos otimistas, os pessimistas são meros espectadores. Sabe por que o projeto Petrocity vai virar realidade? Primeiro porque não depende de dinheiro público. E, segundo, porque a sociedade já abraçou. Já há uma grande expectativa para o início das obras. Precisamos dessa obra. Simples assim. Conheço o projeto. É inovador, audacioso, muito bem planejado. Pensaram no social e no meio ambiente. O presidente, o senhor José Roberto Barbosa da Silva, tem mostrado ser um grande gestor e tem conduzido todo o projeto de forma inovadora e brilhante. Precisamos do apoio do Governo Estadual, para agilizar e dar prioridade para a liberação das licenças ambientais.

E a ferrovia. O que o senhor tem a dizer?

Também é um outro grande e audacioso projeto, que tem como objetivo ligar o Norte do Espírito Santo até Confins, em Minas Gerais. Já foi apresentado ao Governo Federal, já foi, inclusive, abraçado pelo governo mineiro. Somente estes três projetos que acabamos de citar: a cadeia produtiva de petróleo e gás, o porto e a ferrovia, irão mudar totalmente a realidade econômica e social do Norte do Espírito Santo. E olha que nem cheguei a citar os outros projetos.

Sabemos que o senhor esteve recentemente no 8º Congresso Nacional de Desenvolvimento Tecnológico, em São Paulo. O que tem a dizer sobre tudo o que viu por lá?

Antigamente o analfabeto era quem não sabia ler e escrever. Hoje temos o analfabeto digital. Temos que estar acompanhando de perto o desenvolvimento e a modernidade das coisas. Nunca houve na história da civilização humana tantas transformações. Tantas mudanças. Milhares de empregos serão substituídos por máquinas, aplicativos e sistemas, mas muitos outros novos empregos surgirão onde a grande maioria das pessoas ainda não está capacitada ou preparada para essas novas atribuições ou desafios que estão prestes a acontecer em um futuro muito breve. Dentro de quatro ou, no máximo, cinco anos, estaremos vivendo uma nova onda tecnológica, será mais uma revolução. Uma nova plataforma que está surgindo aí. Muita coisa vai mudar, aperfeiçoar e se transformar. Esse é o retrato, o modelo e a nova conjuntura que estará à nossa frente. Sempre digo: “Quem não avança recua, e mais: o sucesso de hoje não garante o seu sucesso de amanhã”. Vivemos em um sistema capitalista. Um sistema cada vez mais competitivo, onde a velocidade dos fatos é questão de sobrevivência. A concorrência hoje é global. Hoje, estar constantemente atualizado tornou-se um grande desafio pessoal.

É verdade que sua empresa, a Qualimec, está hoje desenvolvendo um projeto inovador no segmento de petróleo?

Sim, é verdade. Com o apoio do Fórum de Petróleo e Gás do Espírito Santo e do Sebrae. Foram três anos de pesquisas teóricas e práticas, e acabamos de assinar um contrato para mais dois anos de estudos, pesquisas e desenvolvimento. Estou feliz com os resultados e também para que sirva de estímulo para outras empresas e outros empreendedores. Temos que arriscar, temos que ousar. Aprendi que não há desenvolvimento se a empresa não está suscetível a correr riscos, pois o mercado sabe que o sucesso não acontece por acaso e o futuro se constrói hoje!

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