CRÔNICAS DE NEIDE LIMA – O Amor e o Ódio

POR NEIDE LIMA*

O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. (ICoríntios 13:4-7).

Vivemos em um mundo no qual a correria do dia a dia nos faz esquecer que é melhor amar que odiar. Segundo a Bíblia, o amor é a coisa mais importante que existe, e a Bíblia nos mostra o quanto o amor é importante, pois o próprio Jesus nos deixou como o maior de todos os mandamentos.

“Amai o próximo como a ti mesmo” é um mandamento que tem um peso que equivale à salvação, é um passo para entrarmos no Céu, pois se exercermos o dom da caridade e obedecer a todos os mandamentos e se não tiver o amor, de nada nos adianta; e mesmo que falarmos a língua dos anjos, mas se não tivermos amor, de nada adianta.

Amar, aparentemente é fácil, mas é a coisa mais difícil de se fazer; pois o amor é paciente. Mas, como nós, os humanos, podemos ser pacientes diante da pandemia, da dor, da fome e do desemprego e miséria? Como ser bondoso em um mundo onde a miséria humana leva homens adultos como padrastos, avôs, primos, tios e até pais a molestar as nossas crianças? Como ficar tranquilos onde a inveja impera e nos faz tanto mal?

Como não nos vangloriar quando nos acontece alguma coisa boa, onde a miséria humana é uma realidade? Como não sentir orgulho quando somos capazes de escrever um livro, compor uma canção? Escrever a letra de uma música que nos toca o coração? Como não maltratar aqueles que nos humilham, nos escarnecem e nos pisam? Como não procurar os nossos interesses em um mundo no qual é cada um lutando por si?

Como não irar diante de milhões de mortes por uma epidemia, sabendo que os nossos governantes demoraram em comprar as vacinas? E o meu irmão não quis usar máscara? E o meu vizinho, meu amigo, não quis manter o distanciamento social? Como não guardar rancor daqueles que não acreditam na ciência e levaram milhões à morte?

O amor não se alegra com a injustiça, mas será injustiça desejarmos que as pessoas colham o que plantou? O amor se alegra com a verdade e aí perguntamos: ‘que verdade’? Como vamos saber o que é verdade em um mundo de tantas fake news?

É muito difícil crer, sofrer e esperar em um mundo no qual não temos mais ilusões, em um mundo em que 5% ganha mais que os outros 95%? Em um mundo de milhões de desempregados, os preços da cesta básica, da gasolina, do gás e dos remédios aumentam quase todos os dias? Eu queria amar mais, perdoar mais, mas como fazer isso com tantos feminicídios?

Eu queria confiar mais, mas como confiar se um grande número de telefonemas que recebemos nos oferendo algo bom é, na verdade, alguém nos extorquindo e nos tirando o mínimo que temos? Quem tem coragem de fazer o bem tem que ter a sabedoria de suportar a ingratidão, receber as pedras ao invés de gratidão e flores.

Ah! O amor… Entre tantos aquele que Cristo nos ensinou: “amar o próximo como a nós mesmos em um mundo de maldade, desonra. Eu queria perdoar quem não me amou, quem me ofendeu, quem não me ajudou, quem não se importou comigo, quem tentou me prejudicar, mas não sei se vou conseguir. Mas temos que tentar, pois segundo o ditado: “odiar o outro é como você tomar veneno esperando que o outro morra”.

Então, para não pagar com a mesma moeda e não morrer com o próprio veneno, temos que ser fortes e ter uma armadura de amor. É bom demais você olhar a maldade que as pessoas fazem com você e se confortar em saber que você nunca faria o mesmo, porque sua essência não permite e que jamais permitirá que a maldade do outro roube o melhor de você.

“Muitas vezes nessa vida, nós somos o remédio da vida de outras pessoas! Quantas vezes você já curou uma pessoa com o seu abraço, uma visita inesperada, um sorriso, uma palavra, um carinho ou, até mesmo, uma mensagem enviada? Sua presença alegra a vida das pessoas, é um poderoso remédio contra a tristeza, a depressão, a dor e os sofrimentos da alma. Estar presente na vida das pessoas que amamos é milagre poderoso, que pode transformar-se em processos de cura absoluta” (Chico Xavier).

Vou fazer das palavras de Fernando Pessoa as minhas palavras: “Existe no silêncio uma tão profunda sabedoria que, às vezes, ele se transforma na mais perfeita resposta“.

E também quem sabe começar, como disse Oscar Wilde: “Amar a si mesmo é o começo de uma aventura que dura a vida inteira”.

Quem sabe já pode ser o que vai fazer a diferença entre o Amor e o Ódio!

*NEIDE LIMA é socióloga, graduada e pós graduada em Psicanálise Clínica, licenciada em Pedagogia e mestre em Políticas Públicas.

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