Em duro pronunciamento na manhã desta quarta-feira (25/09), que recebeu apoio de outros deputados no plenário da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Enivaldo dos Anjos (PSD) disse que vai intimar novamente os diretores da Fundação Renova a comparecerem à reunião conjunta das CPIs da Sonegação e das Licenças. O parlamentar afirmou que está juntando provas para pedir à Justiça a prisão preventiva dos executivos.

O anúncio foi feito durante uma avaliação sobre a mudança de postura da Fundação. Depois de prometer aos deputados em sessão das duas Comissões Parlamentares de Inquérito, solucionar até o dia 30 de setembro a situação dos impactados pela lama do desastre de Mariana, conforme registrado pelo deputado Marcos Garcia (PV), os executivos foram à Justiça buscar amparo para não pagarem as indenizações.

“Manifesto repúdio e preocupação com o que a Renova e as empresas mantenedoras, a Vale e BHP, têm conseguido junto ao Poder Judiciário. Os diretores da Renova estão usando criminosamente os recursos do acordo que foi feito com o Ministério Público Federal, diante da Justiça, e negando o pagamento dos prejudicados durante a catástrofe causada pela falta de responsabilidade da Vale e da BHP no Espírito Santo e Minas Gerais”, enfatizou Enivaldo.

RECONVOCAÇÃO APÓS LIMINAR

Enivaldo dos Anjos disse que os dirigentes da Renova serão reconvocados depois que conseguiram uma liminar do desembargador Manoel Rabelo, do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, impedindo a quebra do sigilo bancário dos diretores. 

“Já recorremos, mas lamentamos profundamente essa decisão, porque os comentários entre as pessoas prejudicadas pela lama da Samarco é de que a Renova demonstra falta de interesse em acertar a situação, por isso recorre à Justiça. Lógico que a Renova vale-se desse facilidade que tem na Justiça e dá razão aos comentários de que usa disso para ficar com o dinheiro para contratar escritórios de advocacia e fazer aplicações financeiras, agravando a situação dos prejudicados”, denunciou Enivaldo.

OUTROS DEPUTADOS

Em aparte, o deputado Marcos Garcia foi incisivo ao se juntar ao deputado Enivaldo dos Anjos: “O senhor Roberto Waack, presidente da Fundação Renova, mentiu aqui, diante das comissões, quando prometeu a solução para o problema até 30 de setembro e, depois, foi para a Justiça”.

O deputado Alexandre Xambinho juntou-se ao grupo para dizer que “a Renova não cumpre seu papel e utiliza a Justiça como meio de manobrar contra as populações mineira e capixaba”, destacando que é preciso “tomar uma decisão nesta Assembleia Legislativa para punir a Renova e as empresas envolvidas nessa tragédia”.

REPASSE BEM MENOR QUE PEDIDO PELO MPF

O rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, ocorreu em novembro de 2015 e a Fundação Renova foi criada pelas empresas mediante um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) celebrado com o Ministério Público Federal para reparação dos atingidos pela lama.

O MPF solicitou R$ 155 bilhões para indenização aos atingidos ao longo do Vale do Rio Doce, em Minas e Espírito Santo. Mas a informação oficial é de que, até o momento, a Vale e a BHP Billiton, sócias na Samarco, repassaram apenas R$ 6,26 bilhões.

CENSURA ZERO – AQUI TEM CONTEÚDO! | REDAÇÃO MULTIMÍDIA | COM INFORMAÇÕES DA ASCOM PARLAMENTAR