POR MATILE FACÓ*
Há algo mágico nas entrelinhas da vida, nos espaços entre os momentos que definem quem somos. E é nesses intervalos, nesses pequenos respiros que passam despercebidos, que encontro as nuances do amor que moldam meu ser.
Vivi a jornada da vida como uma dança delicada, com os passos incertos da vulnerabilidade. Afinal, o amor não é uma estrada reta e pavimentada; é um caminho sinuoso, cheio de curvas inesperadas e abismos profundos. E eu me permiti mergulhar nesse mar tumultuado, nas ondas altas e nos abraços acolhedores do desconhecido.
Achamos que o amor é a melodia suave de um violino, mas, muitas vezes, é o rugido estrondoso de uma tempestade que nos leva a lugares que nunca pensamos conhecer. Encontrei amor nas entrelinhas dos meus próprios medos, nos momentos em que minha vulnerabilidade se tornou a minha maior força.
O amor, no seu âmago, é a capacidade de amar a nós mesmos, mesmo quando as rachaduras na nossa alma parecem insuperáveis. É olhar nos espelhos da nossa própria imperfeição e encontrar a beleza que se esconde nas marcas de uma vida vivida intensamente.
Nossos relacionamentos são como folhas em uma brisa inconstante, dançando no ritmo das estações. E, mesmo quando o outono chega, quando as cores vibrantes se transformam em tons de despedida, ainda há beleza na queda. No cair das folhas, encontramos espaço para o novo, para a renovação do nosso ser.
O amor não é sobre estar completo; é sobre estar em constante evolução. É sobre compartilhar a jornada com alguém que também está disposto a crescer, a se transformar, a florescer. Amar é construir um jardim juntos, sabendo que haverá momentos de colheita e outros de plantio.
Nas entrelinhas do amor, descobri que a vulnerabilidade é uma dádiva, não uma fraqueza. Abrir meu coração para outro ser humano é um ato corajoso, é oferecer minha verdadeira essência como um presente. E mesmo que haja decepções e feridas, o amor encontra uma maneira de se curar e se reinventar.
À medida que a vida segue, carrego comigo os retalhos de amores passados, as cicatrizes que me lembram que vivi. Cada fragmento me moldou, me ensinou, me transformou. E é assim que encontro amor nas entrelinhas da minha própria história.
Talvez, no final das contas, a maior habilidade do amor seja encontrar a beleza nas imperfeições, o significado nos momentos aparentemente insignificantes. É nos detalhes, nas pequenas sutilezas, que o amor se revela em sua forma mais verdadeira. Assim, continuo a explorar os caminhos da alma, a descobrir a poesia no cotidiano, a abraçar a vulnerabilidade como minha armadura. Pois sei que, nas entrelinhas do amor, encontro não apenas os outros, mas a mim mesma, mais autêntica e resiliente do que jamais imaginei ser.
*MATILE FACÓ, 31 anos, nasceu e mora em Fortaleza-CE. É autora do ebook Enigmas e Amizade -uma obra cativante voltada para o público infantojuvenil, lançado na plataforma Amazon; e participou de diversas antologias literárias. É também blogueira e escritora de crônicas e poesias em seu blog pessoal, explorando temas profundos e inspiradores sobre a jornada humana. | Instagram perfil pessoal: @mafilefaco Instagram perfil literário:@meu.universo.inteiro
…
CENSURA ZERO – AQUI TEM CONTEÚDO! | REDAÇÃO MULTIMÍDIA