MACIEL DE AGUIAR – Coleção História dos Quilombolas – 40 livros, com base na oralidade, é trabalho pioneiro e inédito na literatura brasileira

A Coleção História dos Quilombolas – 40 livros, de autoria do escritor Maciel de Aguiar, com base na oralidade, converte-se em um trabalho pioneiro e inédito na literatura brasileira. Recentemente indicado ao Prêmio Nobel de Literatura, Maciel destaca que foram entrevistadas mais de 300 pessoas, de 1965 a 1995. “Infelizmente todas já beijaram a face da eternidade, mas as suas histórias estão preservadas”, afirma.

São heróis negros que enfrentaram um dos sistemas escravocratas mais perversos do Brasil, além de seus descendentes e contemporâneos que continuam sendo negligenciados pela historiografia oficial.

Esses livros sobre os heróis quilombolas, que foram “esquecidos” pela historiografia oficial, além da série Os anos de chumbo – em quatro volumes, escrita na semiclandestinidade, durante a ditadura militar e impressa, à época, em mimeógrafo – deram a Maciel de Aguiar a atual indicação ao Prêmio Nobel de Literatura.

Ao CENSURA ZERO, o escritor capixaba destacou que a indicação ao Prêmio Nobel de Literatura já representa uma extraordinária vitória de um trabalho que ainda não foi valorizado pelas academias e jamais contou com o apoio do atual Governo do Estado do Espírito Santo e muito menos do Governo Federal, sobretudo nos últimos 24 anos.

Maciel salienta que, caso ocorra o Prêmio Nobel de Literatura, que será o primeiro e, até agora, o único para o Brasil: “É bom que todos saibam que essas obras nunca tiveram dinheiro público para serem publicadas e jamais receberam recursos financeiros da Lei Rouanet ou de qualquer programa de incentivo fiscal municipal, estadual ou federal”.

Se ocorrer a premiação da Academia Sueca, em Estocolmo, na Suécia, ao escritor Maciel de Aguiar será o reconhecimento de um trabalho inédito, pioneiro e necessário para uma melhor compreensão da História do Brasil.