MANIFESTAÇÃO NA BR-101 – Suzano diz que “ação é ilegítima”; comunidades quilombolas repudiam protesto e suas reivindicações

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A Suzano emitiu nota oficial sobre a manifestação realizada por integrantes de associações de agricultores que teriam invadido áreas da empresa em Conceição da Barra e São Mateus, e estariam reclamando das providências adotadas pelo setor de guarda patrimonial da empresa. Os manifestantes fecharam a BR-101 na manhã desta sexta-feira (3/02), na altura do Km 58, nas proximidades do Rodonaldo. O tráfego já foi restabelecido no local, com apoio da Polícia Rodoviária Federal.

“A Suzano repudia esse tipo de manifestação que cerceia o direito de ir e vir e reitera que a ação é ilegítima, conduzida por grupos que vêm se utilizando de invasões a áreas da empresa para a prática da comercialização irregular de áreas – num processo também conhecido como grilagem – e não representam a comunidade local”, destaca a nota.

Outro aspecto é que as Comunidades Quilombolas rechaçam que tenham representantes participantes do movimento.

“Reafirmamos que o Sr. Maurício de Jesus, que se diz presidente da Associação de sigla ANAPAR, não representa o Movimento Quilombola no Norte do ES, e nem tem legitimidade reconhecida, e a pauta apresentada só tem apenas um interesse: grilagem de terra ou venda e troca de terras dentro das regiões de eucaliptos, que estão sobrepostos aos territórios quilombolas do Sapê do Norte”, salientam as comunidades em nota de esclarecimento assinada pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e Zacimba Gaba – Coordenação Estadual de Comunidades Quilombolas do Espírito Santo.

VEJA A ÍNTEGRA DA NOTA DA SUZANO:

A Suzano repudia esse tipo de manifestação que cerceia o direito de ir e vir e reitera que a ação é ilegítima, conduzida por grupos que vêm se utilizando de invasões a áreas da empresa para a prática da comercialização irregular de áreas – num processo também conhecido como grilagem – e não representam a comunidade local.

A Suzano reforça que atua em conformidade com a lei e tem buscado a Justiça para resguardar os seus direitos.

A empresa reconhece a relevância da sua presença nas regiões onde atua e sempre prioriza o diálogo aberto e transparente, de maneira amigável e equilibrada. Reitera ainda que respeita e reconhece as legítimas comunidades da região, com as quais desenvolve diversas iniciativas de qualificação profissional e de geração de trabalho e renda.

VEJA A ÍNTEGRA DA NOTA DE ESCLARECIMENTO DA COORDENAÇÃO NACIONAL DE ARTICULAÇÃO DAS COMUNIDADES NEGRAS RURAIS QUILOMBOLAS (CONAQ) E ZACIMBA GABA – COORDENAÇÃO ESTADUAL DE COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO ESPÍRITO SANTO:

Desde já, cabe fazer uma nítida distinção de representatividades das lideranças no Estado do Espírito Santo, para que não haja quaisquer dúvidas dos direitos das comunidades Quilombolas à titulação de seus territórios, quando a ocupação da terra é feita por terceiros não quilombolas.

Atualmente, existem nos Municípios de Conceição da Barra e São Mateus mais de 36 Comunidades reconhecidas e certificadas pela Fundação Cultural Palmares – comunidades estas que fazem parte do território do Sapê do Norte.

Várias delas estão em processo de titulação aberto junto ao Incra/ES há anos, ou seja, aguardando a entrega do título definitivo de propriedade à Associação que representa , de acordo com o art. 215 e 216 da Const. Federal o decreto 48887/2003, Art. 68 ADCT, a Conv 169 dos Tratados Internacionais e a lei 12.288/2010 Estatuto de Igualdade Racial, e sobre esses marcos regulatórios que as comunidades quilombolas foram reconhecidas e certificadas.

Nós, do Movimento Quilombola do Estado do Espírito Santo, não reconhecemos essas pessoas que estão liderando o fechamento da BR-101 Norte, tirando o direito de vários cidadãos de ir e vir!

Reafirmamos que o Sr. Maurício de Jesus, que se diz presidente da Associação de sigla ANAPAR, não representa o Movimento Quilombola no Norte do ES, e nem tem legitimidade reconhecida, e a pauta apresentada tem apenas um interesse: grilagem de terra ou venda e troca de terras dentro das regiões de eucaliptos, que estão sobrepostos aos territórios quilombolas do Sapê do Norte.

Essas pessoas se intitulam pequenos agricultores, cuja única intenção é fragmentar todo o território quilombola e vender a posse de lotes, como já ocorrido algumas vezes; tanto que há várias ações de reintegração de posse ajuizada pela empresa Fibria, atual Suzano, conforme se comprova através de um simples consulta no site da Justiça Federal do Espírito Santo.

Nós, quilombolas do Sapê do Norte , temos um pertencimento de território há mais de 300 anos, há mais de três séculos. As Comunidades Quilombolas do Sapê do Norte lutam incessantemente para sua manutenção no território, pelo direito de existirem, de serem reconhecidos como povos tradicionais, suas tradições como patrimônio imaterial da humanidade e agora se veem no dilema de litigar contra pessoas estranhas à Comunidade que se intitulam Pequenos Agricultores, mas que não pertencem a nenhum quilombo , e assim estão adentrando no território sem nenhum respeito às organizações!

A situação de invasão por pessoas físicas está se tornando insustentável, avançam a cada dia mais para os territórios de Angelim I, Angelim II, Linharinho, São Domingos e São Jorge, ambas comunidades que estão com procedimentos administrativos abertos junto ao Incra/ES, cuja ocupação indevida por estes indivíduos só atrasa a finalização da entrega do território devidamente reconhecido pelo RTID – Relatório Técnico de Identificação e Delimitação do Território, elaborado pelo INCRA.

Assim, as legítimas lideranças representativas repudiam veementemente essa manifestação na BR-101 Norte, trazendo reivindicações que não condizem com sua história e que não é verdadeira!

PAREM DE SE APROPRIAR DE UMA LUTA QUE NÃO É DE VOCÊS! NOS RESPEITEM!

CENSURA ZERO – AQUI TEM CONTEÚDO! | REDAÇÃO MULTIMÍDIA

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