Os técnicos brasileiros estão desatualizados para o futebol?

A ‘invasão’ dos técnicos portugueses no Brasil deu a impressão de que os técnicos brasileiros estão desatualizados para o futebol, visto que treinadores renomados estão fora do mercado de trabalho.

O CENSURA ZERO ouviu os técnicos de futebol Antônio Carlos Roy (Araruama-RJ) e Rafael Soriano (Cabofriense-RJ), além do comentarista esportivo Bartô, repercutindo o assunto.

Vale lembrar que Araruama e Cabofriense estão disputando a Série A2 do Campeonato Carioca.

“Eu acredito que desatualizados os treinadores não estão, muito pelo contrário. Nesses últimos anos, têm-se intensificados os cursos, as especializações, inclusive com exigências de licença. Muito pelo contrário! Eu vejo os treinadores se especializando mais, fazendo intercâmbio, né? O Tite foi um exemplo disso, ao passar um período na Europa. O Rogério Ceni também teve oportunidade no Manchester City. Então, eu vejo os treinadores se atualizando. Eu vejo os treinadores buscando. Lógico que existe hoje uma entrada no momento dos treinadores portugueses chegando ao Brasil, mas isso não invalida a qualidade e atualização do treinador brasileiro. Só é um mercado que está se abrindo para outras nacionalidades, mas o treinador brasileiro continua tão bom quanto antes e se atualizando cada vez mais” (Soriano, técnico da Cabofriense-RJ).

“Eu não acho que os treinadores brasileiros estão desatualizados para o futebol. Pelo contrário, acho que existe hoje essa questão dos treinadores portugueses que também são bons profissionais, mas o Brasil tem excelentes treinadores. O futebol hoje mudou muito, né? No mundo do futebol atual, existe muita informação. Mudou essa teoria, mas ainda acredito que os treinadores brasileiros continuam evoluindo, continuam fazendo uma boa leitura. São bons taticamente, né? Eu gosto muito da forma que os treinadores brasileiros trabalham. Luxemburgo, Abel Braga, Cuca e Ney Franco são treinadores que eu sempre admirei. Então, eu acho que tudo continua do mesmo jeito. São muito capazes! São inteligentes! É isso! Eu não acho que estão desatualizados. Pelo contrário, acho os treinadores brasileiros em alto nível” (Antônio Carlos Roy – técnico do Araruama-RJ).

“Não acho que os técnicos estejam desatualizados. Nem todos estão desatualizados! Os comentaristas vão de acordo com a conveniência do momento das equipes. Por exemplo, o Flamengo lidera o Campeonato Brasileiro e você acha que o Tite está desatualizado? Não está! O time do Corinthians está lá na penúltima colocação da tabela de classificação do Campeonato Brasileiro. O treinador que saiu era português. Ele estava desatualizado? Nós temos treinadores que acompanham a evolução do futebol, principalmente a evolução tática. Mas nós temos treinadores também que estão aí, digamos que não evoluíram, não acompanharam a evolução. Estão um pouco atrasados, a gente reconhece isso. Aqueles que não gostam de aprender. Inclusive, essa turminha que não gosta muito deles foram contra, né, a presença de treinadores estrangeiros aqui, nos clubes brasileiros. No entanto, eles estão aprendendo e muito com a chegada desses treinadores. Nós estamos tendo uma invasão de treinadores de outros países, justamente porque nós estamos precisando de mudanças. Taticamente, o futebol brasileiro precisa aprender a marcar pressionando o adversário. Jogadores na linha de frente precisando ser marcadores também, porque a primeira marcação quem faz são aqueles homens lá de frente. Os times precisam estar bem encorpados. Os setores bem próximos e sincronizados. Bem, uma equipe vencendo, esquece-se quem é o treinador. Se o treinador é argentino, português, americano, espanhol, francês. Basta seu time vencer que seu treinador se torna um treinador atualizado. É assim a visão de muitas pessoas que gostam de futebol. Eu não acho que os treinadores estejam desatualizados. Eu acho que eles não gostam de aprender estudando. O treinador brasileiro, em termos de estudos, não é favorável de ir para a sala de aula e aprender. Ele aprende justamente com os outros. Ele vê a forma de os outros jogarem. Quer trabalhar em cima daquilo, às vezes, dá certo ou errado. E as vitórias fazem com que isso vá em frente ou fique pelo meio do caminho” (Bartô, ex-jogador de futebol profissional e atualmente comentarista esportivo).

CENSURA ZERO – AQUI TEM CONTEÚDO! | REDAÇÃO MULTIMÍDIA | COLABORAÇÃO: LELÉO CUNHA

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