Olá, educadores!

Neste tempo de pandemia causada pelo Covid-19, as escolas estão com as portas fechadas para ministrar o ensino de forma presencial. Surgem múltiplas formas para nos referirmos à educação na qual professores e alunos não estão no mesmo lugar físico, porém estão ao mesmo tempo fazendo uma educação inédita no mundo em todas as etapas e modalidades da educação básica e no ensino superior no modo remoto.

Se alguém dissesse que, no ano de 2020, teríamos que ministrar aulas somente por recursos midiáticos, eu não acreditaria.

Fato é que este tempo chegou e está sendo chamado de “o novo normal” que precisamos nos acostumar, adequar para ofertar uma Educação à Distância”, “Educação Online”, “Educação Não-Presencial”, “Educação/Ensino Remoto/a”, “Ensino Digital” e muitos outros nomes dados ao sistema que educadores, gestores, pais e alunos foram inseridos.

Enfim, os rótulos, os diferentes modelos estão em diversos territórios acadêmicos dentro de um universo amplo contando com a copresença física de professor e alunado.

O termo copresença diz-se de um ambiente virtual onde duas (ou mais) pessoas estão juntas, via conexão de rede. Essa tecnologia permite uma atmosfera de familiaridade e convívio, sem que as pessoas envolvidas precisem estar necessariamente no mesmo local.

O papel do professor com a copresença continua sendo para além da docência em si mesma, principalmente pela necessidade de usar múltiplas ferramentas como WhatsApp, plataformas digitais como Google Education, Meet, ZOOM, YouTube, Rede de canais de TV entre outros.

Como o professor deve trabalhar a inteligência emocional diante desse cenário para atuar como um porto seguro para as famílias?  

Difícil ter esta resposta, mesmo com todo o preparo durante a formação profissional e os anos de experiência, o docente pode observar situações difíceis ao ministrar aulas num ambiente com a copresença e não estar preparado para tirar as dúvidas dos estudantes e dar-lhes segurança e tranquilidade para desenvolver as atividades a fim de promover a aprendizagem necessária. É claro que os vídeos instrutivos, uma aula virtual pelo Google Meet podem sim esclarecer, mas nunca substituirão a presença e a necessidade do professor presencial.

Quais os desafios dos nossos professores, pais e estudantes?

Estudantes: Estudar remotamente exige disciplina, bom censo, motivação para aprender, persistência para não desistir no primeiro obstáculo ou dificuldade e determinação e foco no que se deseja aprender. Será necessário criar o hábito de estudo, pesquisa e leitura. Outra situação se refere ao acesso aos recursos tecnológicos como computador, celular, rede de internet, impressora para ter as condições de aprender a lidar com este novo normal. Os professores nunca mais serão os mesmos principalmente quanto ao bloqueio para a utilização dos recursos tecnológicos.

Professores: Há os que dominam e os que não compreendem ainda os recursos tecnológicos, dificultando ainda mais o processo de ensino por meio de uma copresença estimulante, eficaz e eficiente. Outra situação é a adequação de tempo, espaço e mediatização. Família em casa, inclusive os seus filhos-alunos do qual, eles também vão precisar ensinar, colaborar, motivar e despertar a vontade de aprender. Tarefa que duplicou o seu ofício. Planejar aulas, atividades, correção de tarefas à distância exigem ainda mais recursos tecnológicos, intelectuais e práticas diferenciadas. Neste momento surgem as metodologias ativas, ou seja, o uso de ferramentas tecnológicas por meio de gamificação, problematização, para experimentação e interação pela busca do conhecimento. Espera-se que os estudantes aprendam a ser mais críticos, estimulando o autoestudo e a ter mais contato com a prática profissional aumentando assim a retenção do conhecimento.

Famílias: Os pais, ao mesmo tempo precisam trabalhar, mas estão impedidos de sair de casa, outros perderam o emprego ou eram empreendedores, outros ainda recebem o auxílio para colaborar com as despesas de casa. Ainda precisam administrar as dificuldades financeiras, sociais, familiares e cognitivas dentro do lar, pois a sua casa virou uma escola digital. Desde a divisão de espaços físicos a espaços psicológicos as famílias estão reaprendendo a lidar com as relações interpessoais gerenciando as emoções sejam elas de satisfação ou frustração diante do isolamento. Que as famílias aprendam também neste momento a valorizar ainda mais a presença e atuação do professor na vida dos seus filhos e as aproximações psicológicas e sociais apreendidas em tempo de isolamento social.

A educação não será a mesma de antes. O que era ainda pautado no modelo resultante da perspectiva pedagógica, em que a ênfase estava centrada no papel do professor e não do aluno, agora mudou. Para que a transformação na forma de ensinar e aprender realmente aconteça, é necessária uma mudança de postura daquele que ensina e daquele que aprende.

Precisamos avaliar nossas concepções pedagógicas (crenças, valores) e verificar se nossa postura metodológica está levando a uma aprendizagem significativa, evolutiva e tecnológica. O futuro exige ‘soft skills e as escolas estão em alerta para essa mudança de paradigma de adaptação dos currículos para evitar a formação de indivíduos defasados e incompatíveis com o mercado de trabalho.

Isso deve ser construído a partir do autoconhecimento, de uma reflexão sobre a prática educativa e sobre nosso papel enquanto facilitador/mediador/internauta do processo de aprendizagem.

Que as metas sejam atingidas com resiliência, sabedoria e proatividade!

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EDNA ROSSIM é Palestrante, Pedagoga, Consultora, Escritora e Diretora do Instituto Ande.

Especialista em Planejamento Educacional, Educação Aberta e à Distância, Gestão Escolar com Abordagem Administrativa e Pedagógica, Supervisão Escolar. Tem formação em Neurolinguística. Atualmente, se especializando em ‘Psicologia e Coaching’ e ‘Gestão e Marketing’. Atuou 33 anos na Educação do Estado do Espírito Santo.

Contato: @ednarossim.oficial | Telegram e WhatsApp: (27) 9 9722-6902

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