O Projeto Universal nos Presídios (UNP) reuniu, em todas as capitais do País, ex-presidiários, seus familiares e presos que estão no período de saída temporária, conhecida como “saidinhas”, para compartilhar a Palavra de Deus e celebrar as conquistas do ano de 2019. O encontro foi no dia 22 de dezembro.
Em São Paulo, o encontro aconteceu no bairro do Brás, zona leste da capital, onde os participantes tiveram acesso à assessoria jurídica, com mais de dez advogados voluntários à disposição (foto abaixo) para tirar dúvidas sobre a legislação criminal, além da presença de voluntárias do grupo Raabe, que ofereceram auxílio e apoio às mulheres.
Depois, eles participaram da reunião no Templo de Salomão e, em seguida, ganharam panetones e fizeram um lanche preparado especialmente para eles.
LIBERDADE
O rapaz de prenome Expedito, que saiu da cadeia no dia 13 de dezembro último, estava presente para contar a sua história. Ele foi condenado a cumprir pena de 44 anos em regime fechado. Havia 13 anos ele não visitava a família.
“Perdi a minha esposa em 2007, em um acidente de carro. Desde então, não tinha mais contato com nenhum familiar. Fiz os propósitos, as orações todos os dias e agora estou aqui”, compartilhou.
Os participantes do evento no Brás vieram de toda a parte do Estado de São Paulo, como Anivaldo Barbosa Júnior, de 32 anos, e a sua esposa, Aidê da Silva Barbosa, de 31 anos. O casal é voluntário da UNP no município de Andradina, localizado a 630 quilômetros de São Paulo, há 3 anos. Anivaldo permaneceu preso por 2 anos, por conta de assaltos e tráfico.
“Eu estava com a vida destruída, mas Deus tem transformado as nossas vidas. Hoje eu tenho um comércio, sou honrado na família, temos 3 filhos. A UNP tem a ver com a nossa história. Hoje, como voluntários, compartilho com os presos o meu exemplo, que vale mais do que qualquer palavra”, contou.
Já Clodoaldo do Nascimento, de 49 anos, está livre das grades há pouco mais de 30 dias. No evento, ele contou o quanto o grupo UNP foi importante para a sua transformação.
“Eu fui condenado a 6 anos por assalto. Conheci a Universal nos Presídios na cadeia, fui batizado e comecei a representar a Igreja lá dentro. Por bom comportamento, fui para o regime semi-aberto e passei a cuidar dos testemunhos como voluntário. Deus me abençoou. Eu estava no Altar quando recebi a notícia da minha liberdade”, disse.
Para os que ainda estão privados de liberdade, Clodoaldo incentiva: “Eu mostro para eles que, se Deus mudou a minha vida, pode mudar a deles também.”
PORTA PARA UMA NOVA VIDA
A advogada Maralise Lima Rodrigues Gimenes é voluntária do grupo UNP desde 2012. “Oferecemos o auxílio jurídico, porque, muitas vezes, eles não têm acesso a informações que são básicas. Faço esse trabalho, não só pela parte profissional, mas pela espiritual”, diz.
Segundo ela, o trabalho realizado é uma forma de levar um pouco de respeito para eles. “As pessoas não acreditam neles e nós nos tornamos a família deles. Nesse tempo em que trabalho como voluntária, digo que já vi muitos milagres. A gente abre as portas para a transformação de vida deles, para que busquem a Deus e sigam seus primeiros passos em liberdade.”
O grupo UNP tem como responsável em todo o Brasil e no exterior, o Pastor Clodoaldo Rocha. Ele reforça que o encontro reuniu presos que estão em período de “saidinha” e que eles poderiam aproveitar esse direito para estar nas ruas.
“Mas, eles estão aqui conosco, se reconciliando com seus familiares, que estão aqui também. São mães que abraçaram seus filhos, esposas com os seus maridos. Tem gente de saidinha que está se drogando aí fora ou cometendo os mesmos crimes. Os que estão aqui, estão dizendo que querem Deus na vida deles”, relatou.
As saídas temporárias estão previstas na Lei de Execução Penal (Lei n° 7.210/84) e ocorrem em datas específicas: Natal, Páscoa, Dia das Mães e Dia dos Pais, não podendo ultrapassar o período de 35 dias ao longo do ano.
Para a Missionária Luciene de Almeida, responsável pelo trabalho realizado pela UNP nos presídios femininos, eventos como esse mostram o resultado das ações realizadas.
“Os que estão aqui, hoje, poderiam estar em qualquer lugar. Os que estão de saidinha não têm a liberdade de ir e vir que nós temos. Se estão aqui hoje, escolheram priorizar Deus”, reforçou.
UNIVERSAL NOS PRESÍDIOS
O grupo Universal nos Presídios atua em todo o Brasil e em mais 55 países. Em 2019, cerca de 4 mil novos voluntários passaram a fazer parte do grupo; 70 mil pessoas se batizaram e aceitaram Jesus; 3 milhões de exemplares da Folha Universal foram distribuídas; e mais de 78 mil Bíblias e 21 mil cestas básicas foram doadas.
“Esse é o nosso combustível para fazer esse trabalho. E já com força máxima para realizar muito mais no próximo ano”, finalizou o Pastor Clodoaldo Rocha.
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