A situação do prefeito de São Mateus, Daniel Santana (sem partido), complicou-se ainda mais na Justiça e ele tenta de todas as formas apoio político para tentar, por intermédio de seus advogados em Brasília, livrar-se de novo afastamento do cargo, conforme petição criminal da Procuradoria Regional da República ao Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE-ES). O despacho para a intimação da defesa de Daniel foi publicada nessa quinta-feira (8/07), assinada pelo relator, juiz federal Rogério Moreira Alves. O prefeito passou três dias na Capital Federal reunido com advogados, juristas e políticos influentes.

Daniel tem cinco dias para se manifestar no processo, no qual a PGE requer a decretação de medida cautelar de afastamento de Daniel Santana das funções de prefeito, com impedimento de frequentar a Prefeitura. O embasamento é de que houve “fatos novos e graves ocorridos após o retorno de Daniel Santana Barbosa ao cargo de prefeito por determinação liminar do Superior Tribunal de Justiça, aliado aos indícios de prosseguimento da organização criminosa”.

A Procuradoria Geral da República destaca também o fato de que, em manifestação realizada na Câmara de São Mateus, no dia 22 de fevereiro, às 15h50, Daniel da Açaí, com palanque dado pelo presidente do Legislativo, Paulo Fundão, o Paulinho VG (PP), atacou publicamente o Delegado de Polícia Federal Patrick Cazelli, que nada mais é do que o responsável pela condução do inquérito da PF que indiciou o prefeito Daniel e outras 17 pessoas pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraudes em licitações, crime de responsabilidade e falsidade ideológica.

MILÍCIA PARA ACHINCALHAMENTO

Daniel da Açaí e Paulinho VG mantêm apoio público a uma milícia digital (gabinete do ódio), que assessora o Executivo, por meio da Secretaria Municipal de Comunicação (Secom-ES), e que tem até membro nomeado na Câmara de Vereadores, para achincalhar adversários políticos, servidores públicos, cidadãos de bem e jornalistas que o sistema criminoso identifique como adversários da gestão municipal e do G-8, grupo que dá sustentação ao prefeito no Legislativo.

Os fatos são de notório conhecimento das autoridades da Polícia Civil, da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), do Ministério Público e do Poder Judiciário, com poucas ações efetivas sendo adotadas até o momento. Por conta disso, São Mateus já é conhecida por seus munícipes e em outras cidades do Espírito Santo como a capital federal da impunidade.

O achincalhamento público ao delegado da Polícia Federal Patrick Cazelli ocorreu na sessão de votação do relatório da comissão do impeachment da Câmara de São Mateus, que tinha parecer pela cassação do prefeito Daniel da Açaí. Além de os vereadores do G-8 votarem contra o impeachment do Chefe do Executivo, o presidente Paulo Fundão, que é advogado, foi criticado na Cidade por atuar se juntando à defesa de Daniel Santana e discursar contrário à comissão especial, que teve seus trabalhos prejudicados com a atuação de Paulinho VG, da Procuradoria da Câmara e de parlamentares danielistas.

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O OUTRO LADO

O CENSURA ZERO tentou, sem sucesso, contato com o prefeito Daniel Santana e com a defesa dele para repercutir o assunto. O espaço permanece disponível.

A Reportagem também fez contato com o presidente da Câmara Municipal, Paulinho VG, por intermédio da Secretaria de Comunicação, e aguarda retorno.

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