Saúde mental e dor física: bruxismo cresce como consequência silenciosa da ansiedade

Dados do Ministério da Previdência Social revelam um dado alarmante: só no ano passado, mais de 440 mil pessoas se afastaram do trabalho no Brasil por conta de transtornos mentais e comportamentais. O maior número desde 2014, quando foram registrados 203 mil casos. De 2023 para 2024, o aumento foi de 67%.

Esse cenário acende um sinal de alerta para consequências físicas desses transtornos, muitas vezes ignoradas no início. Segundo o cirurgião-dentista Dr. Lorenzo Benetti, especialista em DTM (Disfunção Temporomandibular), bruxismo e dor orofacial, distúrbios como ansiedade e burnout podem desencadear sintomas que impactam diretamente a saúde bucal e em outras condições do organismo

“Esses transtornos podem levar o paciente ao ranger ou apertar os dentes de forma involuntária. Essa ação repetitiva dos músculos da mandíbula pode causar bruxismo, desgaste dos dentes, dores de cabeça e fortes dores na face”, explica o especialista.

O problema é que esses sintomas costumam ser confundidos com outras doenças, o que atrasa o diagnóstico e prolonga o sofrimento do paciente. “Muitos chegam ao consultório depois de passarem por diversos profissionais, exames e tratamentos sem sucesso. Em muitos casos, a dor orofacial estava relacionada a bruxismo ou DTM, e só foi identificada depois de uma avaliação especializada”, destaca Lorenzo.

O especialista defende uma abordagem multidisciplinar, que leve em consideração fatores clínicos, emocionais e comportamentais, além do acompanhamento de um dentista especialista em dor orofacial. “Essas dores silenciosas também merecem atenção. E têm tratamento”, finaliza.

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