POR MATILE FACÓ*
Na superfície, o amor pode parecer uma sinfonia perfeita, uma melodia doce que nos envolve em êxtase. Mas é nas entrelinhas desse sentimento complexo que descobrimos as nuances mais profundas, os tons ocultos que nos desafiam e nos transformam.
Quem sou eu no amor? Sou uma mulher inquieta, uma alma que busca constantemente desvendar os mistérios que permeiam os relacionamentos. Sou feita de cicatrizes e esperanças, de momentos de entrega e de recolhimento. Às vezes, sou um furacão de emoções, e em outras, uma brisa suave que acaricia corações feridos.
O amor é uma dança intricada, na qual nos entregamos ao ritmo incerto da paixão. É um equilíbrio delicado entre dar e receber, entre se abrir e se proteger. E é nessa dança que encontramos a capacidade de amar a nós mesmos, mesmo quando o mundo ao nosso redor parece desmoronar.
Há beleza na vulnerabilidade, na coragem de se mostrar por inteiro, com todas as imperfeições à mostra. O amor não é sobre perfeição, mas sobre aceitar as nossas imperfeições e as do outro. É sobre reconhecer nossas fraquezas e fortalecer nossas almas juntas.
Já me perdi em relacionamentos que eram apenas miragens de amor. Afoguei-me em oceanos de expectativas não correspondidas, tentando preencher vazios que não cabiam em mim. Mas aprendi que o verdadeiro amor não é um resgate, mas sim um encontro de almas que se complementam.
Amar a si mesma é uma arte que exige paciência e compreensão. É olhar no espelho e ver além das aparências, abraçar cada parte de quem somos. E é nessa autenticidade que encontramos a chave para amar outros corações.
Os relacionamentos têm altos e baixos, como a dança das marés. A adversidade é um teste de fogo para o amor, uma oportunidade para crescermos juntos, ou mesmo para seguirmos caminhos separados. E, às vezes, amar é deixar ir, é soltar as amarras e permitir que cada um siga seu próprio destino.
Amar a si mesma é também aceitar que nem todos os amores são para sempre. Alguns são apenas estações em nossa jornada, nos ensinando lições valiosas que levarmos conosco para sempre.
No final das contas, amar nas entrelinhas é abraçar a jornada da vida com tudo o que ela nos reserva. É não ter medo de sentir, mesmo que isso signifique atravessar desertos de desilusões e trechos de desencanto.
Sou uma mulher que encontra a poesia do amor não apenas nas declarações grandiosas, mas nas pequenas sutilezas do cotidiano. Nos gestos de carinho, nas palavras de conforto, nas mãos dadas durante a tempestade.
Amar nas entrelinhas é, acima de tudo, um ato de coragem. É abrir o coração sem garantias, sem promessas de eternidade. É permitir que o amor flua como um rio selvagem, sem tentar controlar seu curso.
E assim, nas entrelinhas do amor, descubro que é nessa vulnerabilidade que encontro a força para enfrentar as adversidades e a sabedoria para amar a mim mesma e aos outros em todas as nuances da vida. É nessa entrega sincera que encontro a magia do amor, a beleza de ser quem sou, e a capacidade de amar e ser amada em meio às adversidades que a vida nos reserva.
*MATILE FACÓ, 31 anos, nasceu e mora em Fortaleza-CE. É autora do ebook Enigmas e Amizade -uma obra cativante voltada para o público infantojuvenil, lançado na plataforma Amazon; e participou de diversas antologias literárias. É também blogueira e escritora de crônicas e poesias em seu blog pessoal, explorando temas profundos e inspiradores sobre a jornada humana. | Instagram perfil pessoal: @mafilefaco Instagram perfil literário:@meu.universo.inteiro
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