Uma mobilização popular feita nas redes sociais e presencialmente, a partir de reportagens publicadas pelo CENSURA ZERO, conseguiu impedir que a base de apoio governista na Câmara de São Mateus, que inclui a Mesa Diretora, colocasse em votação e aprovasse a concessão de um ‘cheque em branco’ de R$ 100 milhões para o prefeito Daniel Santana, o Daniel da Açaí (sem partido).
Trata-se do projeto de lei do Executivo que pede autorização da Câmara Municipal para a contratação de empréstimo do Financiamento de Infraestrutura e Saneamento (Finisa) da Caixa Econômica Federal no valor de R$ 100 milhões. A proposta deu entrada no Legislativo no final de agosto deste ano e, no início de setembro, o prefeito Daniel pediu para devolução, sem explicar os motivos.
O CENSURA ZERO publicou, em reportagem, que uma fonte confirmou que o projeto de lei havia retornado para o Legislativo e a estratégia seria colocá-lo na pauta da sessão ordinária desta terça (20), a última antes do recesso parlamentar de fim de ano, na chamada “operação passa-boiada” dos danielistas.
Projeto semelhante foi rejeitado na composição anterior da Câmara de Vereadores, no primeiro mandato de Daniel, quando ele não tinha maioria no Legislativo. O CENSURA ZERO recordou reportagem especial de março de 2020, que mostrou que, na votação ocorrida em 2018, dois vereadores da base do prefeito também rejeitaram a proposta do Executivo, concluindo a votação em 7 a 3 pela rejeição.
Na composição atual da Câmara Municipal, Daniel tem certos oito vereadores na sua base subserviente, incluindo toda a Mesa Diretora, além de que os outros três se declaram independentes e, em alguns casos, ampliam esse apoio danielista. O cenário desta terça-feira (20/12), com as atenções voltadas para as consequências das chuvas fortes em Guriri, seria perfeito para a estratégia da “operação passa-boiada”.
REPORTAGENS DO CZ ALERTAM MATEENSES
No entanto, as reportagens do CENSURA ZERO alertaram formadores de opinião na internet e nas redes sociais e foram bastante compartilhadas em grupos de WhatsApp, criando uma mobilização virtual e a organização de um grupo presencial para acompanhar a sessão. A sessão foi atrasada em 25 minutos, sem que os danielistas chegassem a um entendimento sobre o projeto do Finisa.
Em pronunciamento na sessão, o presidente Paulo Fundão, que tem se notabilizado pela falta de transparência e comunicação pública nas atividades da Câmara de São Mateus, admitiu que o projeto de lei havia retornado ao Legislativo desde outubro. Estava no Gabinete da Presidência, aguardando para ser apresentado em plenário.
No final, Mesa Diretora e os demais parlamentares acabaram concentrando forças na votação de emendas e do projeto de lei do Orçamento Municipal de 2023, que será de quase R$ 480 milhões.
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