A Polícia Federal apurou que apenas dois empresários (da área de shows e estrutura de festas) firmaram mais de 250 contratos com a Prefeitura de São Mateus, a maioria com dispensa de licitação, resultando em valor total superior a R$ 5 milhões. Os dados, que não descrevem o período apurado, constam do balanço da Assessoria de Comunicação da PF sobre a Operação Fun House, realizada na manhã desta terça-feira (10/12), com investigações sobre indícios de corrupção na gestão Daniel Santana, o Daniel das Festas (PDT).
Cinquenta agentes da Polícia Federal, com apoio de servidores da Controladoria Geral da União (CGU), fizeram parte da operação que cumpriu 18 mandados de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Criminal de São Mateus. Além dos alvos em São Mateus, houve endereços visitados pela PF também na cidade de Pedro Canário.
Entre os envolvidos há servidores municipais e empresários de núcleo próximo ao prefeito Daniel das Festas, que seriam beneficiados com o direcionamento de licitações. Alguns alvos são conhecidos da PF por terem sido investigados também na Operação Minucius, deflagrada em setembro de 2021 e que resultou em 14 pessoas indiciadas no inquérito da Polícia Federal, inclusive o Chefe do Executivo, que virou réu na Justiça Federal pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, fraudes em licitações, improbidade administrativa e falsidade ideológica.
“As investigações indicam uma série de fraudes em processos licitatórios que favoreceram empresas específicas”, destaca nota da Assessoria de Comunicação da Polícia Federal.
A PF destacou que o objetivo da Operação Fun Houve foi “colher elementos sobre a relação entre empresários e servidores públicos municipais, bem como quantificar os prejuízos causados ao erário”.
Bloqueio de valores e prisão
Além das buscas e apreensões, a 3ª Vara Criminal de São Mateus determinou o bloqueio de valores em contas bancárias, até o limite das contratações apuradas, como medida para assegurar o ressarcimento ao patrimônio público.
“Apurou-se também uma movimentação financeira intensa entre os empresários envolvidos e servidores públicos, além de familiares, dando indícios de pagamentos em contrapartida pelas contratações realizadas”, complementa a Polícia Federal.
No cumprimento das medidas cautelares, foram apreendidos sete veículos e bloqueados valores depositados em contas bancárias dos investigados. Além disso, foi realizada prisão em flagrante de um dos alvos das medidas cautelares, em razão da posse irregular de arma de fogo de uso permitido, crime cuja pena máxima é de 3 anos de detenção e multa.
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