POR ANDRÉ OLIVEIRA | JORNALISTA (MTE 1.408-ES)
A ex-secretária de Educação Edna Rossim divulgou em suas redes sociais, na manhã desta segunda-feira (27/12), uma mensagem de esclarecimentos a educadores e colegas de Trabalho, com um balanço das ações de sua gestão de quatro meses à frente da pasta. Entre os relatos, ela revela o que chamou de “arrogância de uma assessora direta” do prefeito Daniel Santana (sem partido) no trato com o secretariado e explicou os motivos da exoneração coletiva de diretores de escolas poucos dias antes do término do ano letivo de 2021.
Edna destaca que assumiu o cargo a convite de Daniel da Açaí pouco tempo antes da Operação Minucius, que resultou na prisão do prefeito pela Polícia Federal e seu posterior afastamento do cargo por ordem da Justiça Federal. “Foram dois meses trabalhando no governo dele e, até então, não podia dizer nada, a não ser que me tratava com respeito e com carta branca para trabalhar no comando da pasta. Fiz poucas mudanças por entender que precisava valorizar e administrar as situações e, somente em último caso, faria alterações”.
No entanto, a ex-secretária criticou o comportamento de “uma assessora direta do prefeito, que sempre agiu com muita arrogância com o secretariado”, sugerindo tratar-se da então Chefe de Gabinete e Controladora Geral Luana Zordan, que também foi presa junto com o prefeito na operação da PF, que investiga suposta organização criminosa que atuava com fraudes em licitações na Prefeitura de São Mateus.
“[Ela] segurava os pagamentos dos fornecedores e dava ordens como se os secretários fossem seus funcionários particulares, obrigando a fazer o que ela considerava ‘certo’ no serviço público; situações absurdas das quais eu discordava”, registrou Edna Rossim, salientando o clima após a prisão de Daniel, Luana e de cinco empresários: “(…) o governo sucumbiu diante dos tristes e conhecidos acontecimentos na gestão. Todos nós ficamos sem entender o que estava acontecendo. Todos sofremos”.
DESAFIOS E AÇÕES
Mantida na Secretaria de Educação no período em que o vice-prefeito Ailton Caffeu (Cidadania) assumiu o comando do Executivo, Edna Rossim frisa que seguiu em frente, “enfrentando muitos desafios” e ressalta que “foram mais dois meses de gestão dentro de uma nova realidade promissora para a Educação de São Mateus”.
A ex-secretária fez um breve balanço de sua gestão, com diversas conquistas: liberdade para trabalhar; melhoria na alimentação escolar; pagamento da 2ª parcela do PROAUFE; forma de tratamento humanitário e respeitoso por parte do Prefeito e toda a sua equipe de governo; readequação da sala de secretária e subsecretária; reuniões com todo o secretariado para tomada de decisões no coletivo; orações no pátio da prefeitura como uma forma de humanizar o serviço público; pagamento dos fornecedores em dia e de forma integral; ajuste de situações que necessitavam de providências imediatas, tais como, processo para contratação de empresa terceirizada para limpeza das escolas onde havia estagiárias de diversas áreas; organização e redução do quantitativos de pessoas nas comissões que pagavam 40% sobre o salário; desinterdição da EMEIF Zumbi dos Palmares; reorganização da Secretaria de Educação quanto à carga horária de trabalho de servidores que, com 50h, trabalhavam apenas 40h, saindo no meio do expediente para trabalhar em escola particular, entre outras situações; reorganização das equipes e setores; modernização por meio do mapeamento das rotas e recomposição da equipe do transporte escolar; organizando o setor e estancando “mazelas” que vinham gerando prejuízos à municipalidade; e regularização da prestação de contas do PETE/SEDU que estavam três anos em atraso (2018/2019/2020).
EXONERAÇÃO DE DIRETORES
A ex-secretária de Educação Edna Rossim esclareceu também a substituição coletiva de diretores das escolas municipais. Ela destacou que a medida foi tomada “após o acúmulo de muitas situações desgastantes de descumprimento de normas por notória e declarada subserviência ao antigo prefeito [Daniel Santana] e falta de reconhecimento à gestão Caffeu”.
Edna prosseguiu: “Sentíamos claramente que havia uma manipulação para paralisações e julgamentos de valor e falta de respeito para com a titular da pasta da Educação. Em 2020 e 2021, as prefeituras ficaram impedidas, por meio de legislação federal, de proverem aumento de folha de pagamento e conceder abono aos professores por ser um procedimento ilegal, inclusive já alertado pelo Tribunal de Contas. Surgiu uma onda de paralisações nas escolas e uma política contra o então prefeito e a atual secretária”.
FAKE NEWS E PERSEGUIÇÃO
A ex-secretária relatou, na mensagem de esclarecimento a educadores, que passou a ser vítima de diversas fake news da milícia digital (gabinete do ódio), que assessora Daniel Santana, e acusou o vereador Cristiano Balanga (Pros), que não condição de ex-líder do prefeito, passou a exercer uma “perseguição repugnante e veemente” contra ela e sua equipe de gestão.
O OUTRO LADO
O CENSURA ZERO disponibiliza espaço para que a ex-Chefe de Gabinete Luana Zordan e o vereador Cristiano Balanga possam se manifestar, caso tenham esse interesse.
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