ARTIGO – São Mateus precisa humanizar a sua política

POR PAULO MARTINS*

São Mateus, no Espírito Santo, se iguala à grande maioria dos municípios brasileiros, onde existem apenas a valorização dos recursos públicos arrecadados com impostos e a manipulação destes visando apenas o atendimento dos interesses de um pequena elite política.

São cidades que vivem realidades compostas de gestores públicos que chegam ao poder com os votos dos cidadãos, governam as riquezas do povo atendendo aos interesses dos seus patrocinadores, que, na totalidade, não possuem qualquer interesse de conhecer ou ter ligações com a população, suas demandas e seus sonhos.

O homem e suas famílias, que fazem parte do outro lado dos recursos públicos, dos quais são arrecadados os impostos, são desprezados e jogados na relação dos excluídos do direito de usufruto de suas próprias riquezas.

Enquanto de um lado visualizamos uma elite política usufruindo do luxo e das mordomias dos poderes Legislativo, Judiciário e Executivo, em níveis municipais, estaduais e federal; no outro lado, assistimos o povo agonizando nas filas dos hospitais e postos de saúde à espera de um atendimento, no mínimo, humano e respeitoso de um sistema de saúde pública falido.

Vemos nossas crianças e jovens jogados em escolas com baixa qualidade de ensino, condenados aos subempregos e empurrados para indústria do tráfico de drogas. Observamos a criminalidade levar a segurança pública ao caos social. Policiais não conseguindo garantir sua própria segurança e, muito menos, a dos cidadãos comuns. Ruas esburacadas, sem rede de esgoto, limpeza e iluminação pública desqualificadas aumentam a sensação de abandono.

Os cidadãos comuns não exigem muito das classes políticas eleitas. Os recursos públicos arrecadados são suficientes para ofertar a todos uma qualidade de vida digna. O que cria o caos administrativo nos municípios são os desvios dos recursos públicos e suas destinações para atividades que não são de interesses coletivos e nem prioritários. A corrupção, que desequilibra as contas públicas juntamente com a incompetência e o empreguismo político, que privilegia uma pequena parcela de apadrinhados.

Quando tivermos gestores públicos comprometidos com o combate ao desvio completo das políticas necessárias ao povo e tivermos implantado a cultura de democratização dos recursos públicos, teremos gestores com administrações públicas democráticas, participativas, humanizadas e compromissadas com a qualificação dos serviços públicos.

*Paulo Martins é ex-servidor público municipal e estadual, ativista social do Movimento em Defesa das Pessoas com Necessidades Especiais de São Mateus-ES.

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