Em pleno avanço da pandemia, a gestão do prefeito Daniel Santana (sem partido) desativou equipes que atuavam exclusivamente no atendimento a pacientes com suspeitas de covid-19 na US-3 e em algumas unidades básicas de saúde de São Mateus. A medida impacta no atendimento na antiga UPA, o Pronto Socorro Externo do Hospital Roberto Silvares. A sobrecarga com atendimentos da rede mateense aumenta consideravelmente a grande demanda regional. A situação é muito preocupante.
Desde o dia 1º de março, a Prefeitura de São Mateus, por meio da Secretaria de Saúde, cortou “os plantões de funcionamento em algumas unidades de saúde, que estavam com o horário estendido” e desativou o Plantão 24 Horas da US-3 (ambulatório médico), alegando a necessidade de reduzir despesas com pessoal.
A situação, que não foi divulgada publicamente para ciência da Comunidade Mateense pelo prefeito Daniel Santana nem pelo secretário Henrique Follador, é descrita em ofício da Secretaria Municipal de Saúde ao secretário de Estado da saúde, Nésio Fernandes de Medeiros Júnior.
“Solicito informar oficialmente à Superintendência Regional Centro/Norte, a fim de que seja dada ciência sobre as medidas de redução dos gastos adotados pelo município, com segregação do horário de atendimento, afim de que seja organizado o fluxo de atendimento pela Unidade de Pronto Atendimento”, afirma o ofício assinado pelo secretário municipal de Saúde, Henrique Follador. [veja aqui]
No documento, a gestão Daniel Santana informa que todas as Estratégias de Saúde da Família passariam a atender de segunda a sexta-feira, no horário de 7h às 16h; e a US-3 teria funcionamento de 7h às 17h, somente de segunda a sexta-feira. Ou seja, final de tarde, durante a noite e nos fins de semana, todo atendimento básico da rede municipal de São Mateus, está sendo direcionado para o Pronto Socorro Externo do Hospital Estadual Roberto Arnizaut Silvares (HRAS).
O CENSURA ZERO apurou que foram desativadas equipes que atuam diretamente no atendimento à covid-19 na US-3 e em Unidades Básicas de Saúde de alguns bairros, como Vila Nova, Litorâneo e Nestor Gomes. A informação, inclusive, é de que a Secretaria Municipal de Saúde tinha débitos com esses profissionais referentes ao pagamento dos meses de janeiro e fevereiro.
Com o agravamento da pandemia da covid-19 no Espírito Santo, o que levou à decretação de quarentena por 14 dias pelo Governo do Estado, já é constatado um colapso no atendimento do PS Externo do HRAS, referência em urgência e emergência. Tem sido grande a demanda de pacientes da covid-19 e, no local, também são atendidos pacientes que buscam atendimento por diversos outros problemas de saúde.
OUTRO LADO
O CENSURA ZERO tentou ouvir a Secretaria Municipal de Saúde, mas não obteve êxito. A Direção de Jornalismo e Conteúdo disponibiliza espaço para que o prefeito Daniel Santana ou o secretário Henrique Follador se pronunciem sobre o assunto tratado nesta reportagem.
O CENSURA ZERO tenta ouvir a Secretaria de Estado da Saúde sobre o assunto, por meio da Assessoria de Comunicação da Sesa. Assim que recebermos as informações, atualizaremos a matéria.
CENSURA ZERO – AQUI TEM CONTEÚDO! | REDAÇÃO MULTIMÍDIA