CRÔNICAS DE NEIDE LIMA – A Estrada Real em Minas Gerais

“Sou coração e paz, sou montanhas entre terra e o céu, sou MINAS GERAIS”.

A Estrada Real abrange seis cidades mineiras: Belo Horizonte, Ouro Preto, Mariana, Tiradentes, Lavras e São João Del Rey. Eu comecei por Vitória- ES, direto para Ouro Preto em 10 dias. Gastamos 7 horas de viagem; ficamos 2 dias em Ouro Preto. Depois fizemos todas as cidades que fazem parte da Estrada Real, até Belo Horizonte.

Pretendo escrever uma crônica para cada Cidade, mostrando, através de fotos, suas belezas e riquezas e descrevendo cada uma para vocês. Sei que vão se apaixonar como eu me apaixonei.

Mas a Estrada Real, ou Caminho Velho, como foi chamada a primeira rota usada para escoar a produção de ouro e, depois, as pedras preciosas de Minas Gerais até o mar, começa em Minas Gerais, em Diamantina; se for considerado o Caminho dos Diamantes, e Ouro Preto, se forem considerados os Caminhos Novo e Velho.

O fim da Estrada Real é Paraty, no Rio de Janeiro, cruzava assim as atuais regiões de Taubaté, Guaratinguetá, Serra da Mantiqueira, Passa-Quatro, Itanhandu, Pouso Alegre, Baependi, Conceição do Rio Verde, Ibituruna, Rio das Mortes, São João João Del Rey, Mariana e Ouro Preto.

A Estrada Real, fazendo pelo Caminho Velho, perfaz uma viagem de 710 quilômetros, dos quais 11,5% são asfalto, 6% são trilhas e 82,5% são estradas de terra. Pelo Caminho Novo, criado como rota alternativa ao Caminho Velho, ligando Ouro Preto aos Portos do Rio de Janeiro durante os séculos XVII e XVIII.

O trajeto da Estrada Real, pelo Caminho Velho, por onde passa a história de Minas Gerais, remonta ao século 17 associada à exploração do ouro e do diamante no Brasil Colonial. Dela fazem parte as vias de acesso, as calçadas pelos escravos, os pontos de parada, as cidades e vilas históricas, que serviam de cenário para a “Inconfidência Mineira”, principal movimento de contestação à Coroa Portuguesa naquela época, liderado pelo alferes Joaquim Joé da Silva Xavier, o Tiradentes.

A vontade da Coroa Portuguesa de escoar mais rapidamente os produtos da mineração em direção aos Portos do Rio, e, desses, à Europa, levou a abertura de um Caminho Novo, que ligou o Rio de Janeiro à antiga capital de Minas Gerais, Ouro Preto. Com a descoberta das pedras preciosas na região do Serro, a estrada foi estendida até o arraial do Tejuco (atual Diamantina).

O Caminho Velho foi utilizado a partir de 1694, ligando São Paulo a Minas Gerais, em uma viagem que demorava 90 dias. Cruzava as atuais regiões de Taubaté, Guaratinguetá, Serra da Mantiqueira, Passa-Quatro, Itanhandu, Poso Alto, Baependi, Conceição do Rio Verde, Ibituruna, Rio das Mortes, São Joao Del Rey, Mariana e Ouro Preto.

O Caminho Velho foi utilizado por parte da antiga rota dos tupiniquins conhecida como o Caminho de Padre José, em alusão a Anchieta. O calçamento foi feito em pedras levadas pelos escravos e nas curvas do trecho de serra, caixas de disposição desviavam, para fora da via, as águas conduzidas pelos canais pluviais.

Todos os trajetos estão bem explicados no site oficial do Instituto Estrada Real, só ir à Secretaria de Turismo de cada cidade, você consegue mapas e planilhas. Uma dica importante para quem gosta de viajar, como eu, é pedir o Passaporte da ESTRADA REAL gratuitamente, e ir carimbando na medida em que passar pelas cidades. É uma bela recordação.

Em 1701, foi aberto o Caminho Novo, cujo trajeto começava na Baía de Guanabara e passava pelas localidades de Inhaúma, Iguaçu, Rio Paraíba, Rio Paraibuna, Simão Pereira, Matias Barbosa, Juiz de Fora, Santos Dumont, Barbacena, Conselheiro Lafaiete, Ouro Branco e Ouro Preto. Foi criado por Garcia Rodrigues Paes, filho do famoso bandeirante Fernão Paes (que hoje dá nome à Rodovia que liga São Paulo a Belo Horizonte e Vitória-ES). E levou 7 anos para terminar: de 1668 a 1705.

Oh, Minas Gerais! Gosto de te ver assim no colorido de suas matas, no brilho da cascata e no verde do capim!

*NEIDE LIMA é socióloga, graduada e pós graduada em Psicanálise Clínica, licenciada em Pedagogia e mestre em Políticas Públicas.

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