O prefeito Daniel Santana ignorou completamente o Sítio Histórico Porto de São Mateus e a comunidade do Bairro Porto, formada no entorno do principal ponto cultural e turístico do Município, na programação oficial das comemorações do Dia Nacional da Consciência Negra, nesta quarta-feira (20/11).
Mas isso foi estratégico, e tem um motivo: tentar esconder da Vice-governadora Jaqueline Moraes, do Secretário de Estado da Cultura Fábio Noronha e da Secretária dos Direitos Humanos Nara Borgo o CRIME SOCIOCULTURAL que se constata nos acessos ao bairro localizado junto ao Rio Cricaré, no Largo do Chafariz e nos casarões do Porto Histórico. Tudo por conta da falta de gestão adequada dos recursos alocados para as obras que estão paralisadas e causando sérios transtornos, conforme já mostrou o CENSURA ZERO.
Jaqueline, Fábio e Nara estarão em São Mateus nesta quarta (20) em virtude de o Dia Nacional da Consciência Negra ser marcado no Espírito Santo pela transferência simbólica da Sede do Governo do Estado para o Município, como prevê a Lei 8.790/2007.
E, pasmem, será a primeira vez, em doze anos, que as atividades não incluem o tradicional Sítio Histórico Porto de São Mateus e o povo do Bairro Porto, que simboliza a população afrodescendente do Município com maior número proporcional de habitantes negros do Espírito Santo!
Em nota publicada no site oficial, a Prefeitura de São Mateus destaca com propriedade que “o Dia Nacional da Consciência Negra relembra por meio de ações em todo o Brasil a morte de Zumbi dos Palmares, líder do quilombo, que representa a luta dos negros contra a escravidão na época da colonização do País (1530-1888) e que a data foi oficializada pela Lei 12.519 em 2011”.
No entanto, ao divulgar as atividades, a assessoria do prefeito Daniel relata que “haverá diversas atividades na antiga sede da Prefeitura, no Centro”. O citado prédio, que teria sido desocupado para receber obras, está vazio há vários meses e as secretarias funcionam atualmente no Centro Administrativo da PMSM, no Bairro Carapina.
O resgate improvisado é, na verdade, um desrespeitoso meio de cumprir a legislação estadual, diante da insensibilidade demonstrada há quase oito meses aos apelos da comunidade do Bairro Porto, que sofre com a paralisação das obras no entorno do Sítio Histórico [veja os links abaixo].
A pergunta que não quer calar é a seguinte: Qual será a desculpa sobre a exclusão do Sítio Histórico da programação que o prefeito Daniel Santana, o secretário municipal de Cultural Armando Mecenas e a secretária municipal de Turismo Domingas dos Santos Dealdina darão aos três representantes do governador Renato Casagrande que estarão nesta quarta-feira (20/11) em São Mateus?
Certamente, a vice-governadora Jaqueline Moraes, o secretário estadual da Cultura Fabrício Noronha e a secretária estadual dos Direitos Humanos Nara Borgo ouvirão alguma. Resta saber se também vão se deixar cair no famoso ‘conto do vigário’ típico da atual administração municipal, ou buscarão meios para acabar com o caos no Porto Histórico, dando ouvidos aos clamores da população do Município de São Mateus, que tem orgulho da sua negritude, da sua cultura e do seu turismo histórico, mas preza por sua dignidade!
Quem viver verá. E a História e o CENSURA ZERO estão aí para registrar!
E viva o Dia Nacional da Consciência Negra!
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