Em plena situação de calamidade pública por conta da pandemia do novo coronavírus, o porta-voz do prefeito Daniel Santana (PSDB) desacatou médico e profissionais da saúde que estão na linha de frente do enfrentamento à covid-19 em São Mateus. O fato virou caso de polícia com direito à registro de boletim de ocorrência pela PM no local.
O Boletim Unificado por Crime contra a Administração Pública: Desacato foi registrado às 14h57 deste sábado (13/06), na US-3, a principal unidade de atendimento da rede municipal, que funciona no antigo Pronto Socorro, desativado pela atual gestão.
Policiais Militares da 1ª Companhia do 13º BPM foram acionados para apoio ao médico A.V.S, que estava de plantão na US-3, referência na rede municipal no atendimento à covid-19.
INVASÃO A CONSULTÓRIO
No local, o médico relatou aos agentes que, “durante atendimento a um paciente, adentrou ao estabelecimento de saúde o senhor D.O.P [Dilton Oliveira Pinha], como assessor do prefeito de São Mateus, sem a máscara de proteção, infringindo assim o Projeto de Lei (PL) 1562/2020, aprovado pelo Senado Federal em 04JUN2020”. Decreto municipal também obriga o uso de máscaras pelos cidadãos em São Mateus, principalmente em unidades de atendimento médico.
Ainda segundo o boletim de ocorrência da PM, o porta-voz do prefeito Daniel da Açaí “determinou ao médico que interrompesse o atendimento a um paciente com sintomas da covid-19 e atendesse ao paciente que estava com ele”.
Os militares acrescentaram no relato que, “diante da recusa do médico, o senhor DP [Dilton Pinha], vulgo ‘DILTÃO’, passou a ofender ao médico, fazendo filmagens dos pacientes sem a devida autorização, ameaçando publicá-las em seu site denominado ‘B N T’ [Boca no Trombone]”.
O documento registra que, “ao perceber que a Polícia Militar teria sido acionada, D.O.P [Dilton Oliveira Pinha] se evadiu, não sendo encontrado pelos militares”.
HISTÓRICO CRIMINOSO
Dilton Oliveira Pinha é conhecido como Diltão de Daniel, por ser porta-voz e assessor informal do prefeito Daniel Santana. Ele tem um histórico de crimes na Cidade, atuando como pseudojornalista nas redes sociais. Já foi condenado em três processos por calúnia, difamação e injúria e responde a cerca de 20 processos ativos na Justiça sob acusações de ameaça, calúnia, difamação, injúria, intolerância religiosa, racismo e desacato.
No entanto, Diltão vale-se da impunidade por ser acobertado pelo Chefe do Executivo, como o CENSURA ZERO já denunciou publicamente à Polícia Civil, ao Ministério Público e ao Judiciário, sem que providências sejam tomadas. Em março, uma Equipe de Reportagem chegou a ser agredida na entrada da prédio da Prefeitura de São Mateus pelo porta-voz criminoso, quando aguardava resultado de reunião do prefeito Daniel Santana com produtores rurais de São Mateus. O fato foi denunciado ao Sindicato dos Jornalistas do Espírito Santo (Sindijornalistas-ES) e à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que expediram ofício de repúdio ao Prefeito para que o fato não se repita [veja aqui].
Atuante prático como porta-voz do Prefeito, Diltão é conhecido como mandachuva da Prefeitura de São Mateus e assessora Daniel da Açaí, por meio da rede de páginas Boca no Trombone, comprovadamente produtora e distribuidora de fake news (notícias falsas e montagens) contra cidadãos e empresários opositores do prefeito, além de autoridades constituídas, como o governador Renato Casagrande, o ex-deputado estadual Freitas, o deputado estadual Enivaldo dos Anjos e a ministra do STF Rosa Weber, entre outras.
O que fez o médico da US-3 é uma atitude rara. Geralmente, cidadãos, servidores públicos e até autoridades constituídas de São Mateus e região, que são afrontados por Diltão, não denunciam ou registram ocorrência policial por medo de sofrer represálias por parte do prefeito Daniel Santana.
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